Matéria do amigo jornalista e fotógrafo Roberto Caiafa, da Tecnologia & Defesa.
ABIMDE & SIMDE
Novos presidentes tomam posse em SP
Por Roberto Valadares Caiafa
31/1/2013
Sami Youssef Hassuani, novo presidente da ABIMDE (Fotos: Roberto Caiafa)
ABIMDE tem novo presidente
Novos projetos do governo brasileiro elevam a
expectativa de investimentos no setor de Defesa Brasileiro de US$ 40
bilhões para US$ 100 bilhões nos próximos vinte anos
Em cerimônia realizada na sede do 8º
Distrito Naval em São Paulo nesta quinta feira, a Associação Brasileira
das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) deu posse a
seu novo presidente, Sami Youssef Hassuani, e a nova diretoria. A
entidade representa mais de 180 empresas da Base Industrial de Defesa
(BID) brasileira, e vem tendo um papel importante em diversas conquistas
do segmento, especialmente após a introdução da Estratégia Nacional de
Defesa (END) em 2008. Na mesma ocasião, o Sindicato Nacional das
Indústrias de Defesa (SIMDE) realizou a troca de comando na presidência
da instituição. Saiu Carlos Frederico Queiroz de Aguiar (que também
entregou o cargo na ABIMDE) e assumiu em seu lugar Carlos Erane de
Aguiar, seu pai. Dentre as autoridades presentes, o comandante da Força
Aérea Brasileira, brigadeiro-do-ar Juniti Saito, o chefe do Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general-de-exército José Carlos de
Nardi (representando o Ministro da Defesa), o chefe do Estado Maior da
FAB, brigadeiro-do-ar Aprígio Azevedo, o comandante do 8º Distrito
Naval, vice-almirante Luiz Guilherme Sá de Gusmão, o chefe do
Departamento de Produto de Defesa (Deprod), do Ministério da Defesa,
general Aderico Mattioli, a deputada federal Maria Perpétua Almeida, da
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos
Deputados (CREDN), o prefeito de São Bernardo do Campo, Senhor Luis
Marinho, além de empresários da Base Industrial de Defesa, militares,
civis convidados e a imprensa especializada.
A mesa de autoridaes composta, da esquerda para a direita, pelo comandante do 8º Distrito Naval, vice-almirante Luiz Guilherme Sá de Gusmão, Sami Hassuani, novo Presidente da ABIMDE, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general-de-exército José Carlos de Nardi, comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro-do-ar Juniti Saito, Carlos Frederico Queiroz de Aguiar e o novo presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar (acima e abaixo)
Carlos Frederico Aguiar destacou no seu discurso de
entrega do cargo o amadurecimento da ABIMDE, citando como exemplos
recentes a participação de empresas da Base Industrial de Defesa em oito
grandes feiras internacionais, resultado de uma parceria com a Agência
de Promoção de Exportações do Brasil (APEX Brasil); a participação em
mais de vinte fóruns em diversos estados do país; a realização do evento
BID Brasil no Distrito Federal, as negociações e gestões junto ao
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA) e a Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC) visando à regulamentação de emprego e uso de
veículos aéreos não tripulados (VANT); a introdução e adoção de novos
sistemas de simulação para treinamento militar no País, a visita de 13
delegações estrangeiras interessadas em conhecer os produtos de defesa
brasileiros; a definição de uma agenda constantemente renovada entre a
ABIMDE e o Ministério da Defesa; a intensa integração da ABIMDE com os
diversos órgãos do governo federal na esfera econômica e política para o
estabelecimento de uma gestão político-governamental para o setor de
Defesa; e a mobilização pela regulamentação da lei nº 12.598 (lei que
versa sobre as licitações e contratações de produtos e serviços
estratégicos de defesa, restritos a empresas credenciadas como empresa
estratégica de defesa - EED).
O novo presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar (acima) e auditório lotado de autoridades e convidados prestigiando a cerimônia (abaixo)
Ao falar pela primeira vez como novo presidente, Sami
Hassuani defendeu como linha de ação de sua gestão a consolidação da
ABIMDE nas relações entre o setor de Defesa e a classe política
nacional, visando à recuperação da capacidade de investimentos
estratégicos do Estado Brasileiro e a criação de tecnologia nacional. O
dirigente ressaltou o enorme potencial de geração de spin offs
(tecnologias de uso dual militar e civil), os avanços em educação
através da capacitação de mão de obra altamente qualificada, gerando
alto valor agregado ao produto de Defesa, especialmente na sua
exportação; e a necessidade de uma maior integração entre os órgãos
federais e forças políticas de projeção nacional visando a obtenção de
recursos para a BID.
Segundo Hassuani “O momento é único. Temos de
entender que a parte econômica do governo da presidente Dilma está
alinhado a parte estratégica, responsável por pensar todo o aparato de
Defesa Nacional”. E continua “As dificuldades nas áreas técnica,
legislativa e política estão sendo elencadas pelo projeto Diagnóstico da BID, um
mapeamento de toda a cadeia produtiva do setor através de questionários
enviados as empresas, trabalho realizado em parceria com a Universidade
Federal Fluminense, está ajudando na construção do relacionamento cada
vez mais integrado com o Ministério da Defesa, Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério da Fazenda e
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Essas ações, somadas a
busca pela regulamentação do Regime Tributário das Indústrias de Defesa,
o RTID, que desonera as companhias do setor nas vendas de produtos e
serviços para o governo, serão as bases da minha gestão a frente da
ABIMDE”.
O setor de Defesa Brasileiro
Segundo a ABIMDE, as companhias que atuam no mercado
de Defesa geram juntas na atualidade cerca de 30 mil empregos diretos e
120 mil indiretos, movimentando US$ quatro bilhões por ano entre
importações e exportações. Em 20 anos, se todos os investimentos
previstos no setor de Defesa se concretizarem (US$ 180 bilhões), o
número de empregos deverá mais que dobrar (60 mil empregos diretos e
240mil indiretos) para garantir os programas voltados para vigilância de
fronteiras marítimas, aéreas e terrestres como SISFRON – Sistema de
Vigilância de Fronteiras, o SISGAAZ – Sistema de Gerenciamento da
Amazônia Azul, e o novo Programa PROTEGER, que visa a defesa de
instalações críticas da infraestrutura nacional em terra e no mar com
investimentos anunciados de US$ 30 bilhões, o PROSUPER e a obtenção pela
Marinha de novos meios de superfície como escoltas, patrulhas e um
navio anfíbio multipropósito, O FX-2 e a escolha do novo vetor de
combate da Força Aérea Brasileira, uma encomenda inicial de 36 unidades,
e o PROSUB, que vai dar ao país uma nova arma, o submarino nuclear de
ataque de tecnologia nacional e quatro belonaves do tipo convencional
baseadas no projeto Scorpenne, mais uma base e estaleiro naval
especialmente construída para a operação destes meios.
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