sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Comandante da FAB: Dilma tomará decisão sobre caças em curto prazo



Jornal do Brasil, internet, 14/08/2013

O fortalecimento da defesa aérea do país esteve em pauta na tarde desta terça-feira (13) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. Oficiais da aeronáutica, senadores e deputados debateram a compra, pela Força Aérea Brasileira (FAB), de 36 aeronaves de caça estrangeiras, com transferência de tecnologia para o Brasil. No debate, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, afirmou que a presidente Dilma Rousseff já declarou que tomará a decisão "em curto prazo".

O presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), explicou que o chamado Projeto FX-2 da FAB começou em 2001, tendo esse primeiro processo se encerrado em 2005 – por conta da conjuntura econômica nacional – sem a compra definitiva de caças. Ferraço contou que foi adotada uma posição paliativa, com a compra de caças usados. Ele lembrou que os aviões de caça Mirage 2000 serão aposentados no último dia de 2013 e manifestou preocupação com o que chamou de “fragilidade do espaço aéreo” brasileiro.

 F-2000 - o avião que será desativado...


 F-5M - solução interina...

"Essa situação coloca o país em um iminente apagão aéreo", alertou o senador, acrescentando que o Congresso Nacional confia na Aeronáutica.

Para Ferraço, a aquisição de aeronaves é importante para a posição estratégica do Brasil, que é uma liderança na América Latina, tem projeção mundial e almeja mais protagonismo na Organização das Nações Unidas (ONU). A nova fase do Projeto FX-2, explicou o senador, começou em 2008 e consiste na aquisição de 36 aeronaves de caça “de múltiplo emprego”, incluindo itens como os simuladores de voo correspondentes, a logística inicial e a transferência de tecnologia “necessária para a capacitação do parque industrial aeroespacial brasileiro no desenvolvimento de um caça de quinta geração”.

Monitoramento
O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse que, o país possui equipamentos compatíveis para fazer face às necessidades da defesa nacional. Ele ressaltou, porém, que o projeto FX-2 complementaria a segurança do país. Saito lembrou que o monitoramento de defesa do Brasil chega a 22 milhões de metros quadrados, considerando as regiões de tratado internacional.

"Quem controla o espaço e faz defesa aérea dá proteção ao país", disse.

Sobre os modelos selecionados, o comandante Saito acrescentou que a Presidência da República já tem as informações sobre as preferências da Aeronáutica e já estaria em condições de tomar uma decisão sobre a compra dos caças. Segundo Saito, Dilma Rousseff tomará a decisão “em curto prazo”. Ele informou que, depois de decidida a compra, a entrega dos aviões pode demorar entre quatro e seis anos.

Ainda de acordo com Juniti Saito, o relatório sobre a compra dos aviões foi entregue ao Ministério da Defesa no início de 2010. O comandante admitiu que a análise da Aeronáutica é mais técnica, enquanto a do governo é mais política. Ele negou, porém, que exista conflito com o Ministério da Defesa.

Segundo Saito, a Aeronáutica trabalha na aquisição de caças modernos desde o ano de 1995. Ele afirmou que os adiamentos no processo têm mais a ver com a questão orçamentária e negou que a Aeronáutica faça pressão sobre o governo. Saito ainda informou que os Mirage 2000, que serão retirados de uso no fim do ano, deveriam ter sido desativados já em 2011, por conta das horas de voo, e informou que a Aeronáutica vai receber caças F-5 modernizados. Ele admitiu que a situação não é a ideal, mas que a Aeronáutica “faz o possível”.

"Vários prismas"
O presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso dos Santos, explicou que a FAB planeja a aquisição de uma nova aeronave com base na análise dos riscos da construção ou da aquisição e dos desafios tecnológicos e logísticos. E informou que algumas aeronaves brasileiras chegam a voar 40 anos, pouco acima da média mundial.

Affonso dos Santos disse que as ofertas de compra são “exaustivamente” analisadas sob vários prismas, inclusive sobre a possibilidade de transferência de tecnologia. Uma das exigências é a efetividade do caça na defesa aérea, no ataque aéreo e no ataque ao solo. A junção dessas ações em uma mesma aeronave, disse Affonso dos Santos, diminui os custos para o país. Ele lembrou que, desde 2008, três aeronaves foram selecionadas como possíveis objetos de compra: Boeing F-18E/F Super Hornet (norte-americano), Dassault Rafale F3 (francês) e Saab Gripen NG (sueco). O desafio, segundo o presidente da Copac, é a comparação entre as características técnicas das aeronaves.

"O projeto FX-2 vai representar um grande salto tecnológico para o país", declarou.




 Os candidatos: Boeing F/A-18, Saab Gripen NG, Dassault Rafale

Transferência de tecnologia
Ricardo Ferraço enfatizou que a compra desses aviões de guerra deve ter como característica prioritária a transferência de tecnologia para o Brasil por parte do país escolhido como vendedor. O objetivo é que essa transferência de conhecimento ajude no desenvolvimento das capacitações tecnológicas nacionais, de modo a eliminar, progressivamente, a compra de serviços e produtos importados, e possibilitar a produção nacional de um caça.

Respondendo à senadora Ana Amélia (PP-RS), o comandante Juniti Saito informou que há diferenças na forma da transferência de tecnologia de cada modelo. Integridade estrutural, sensores, fusão de dados e integração de motores estão entre as áreas que a Aeronáutica receberia tecnologia.

"Não estamos apenas comprando um avião de prateleira. A transferência de conhecimento é importante. É fazendo junto que a gente aprende a tecnologia", afirmou Saito.

Para o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), a transferência de tecnologia é parte fundamental desse processo. Ele disse que, conforme informações recebidas, o projeto sueco teria mais transferência de tecnologia, ao contrário da empresa americana, cuja transferência de conhecimento ficaria dependente de autorização do Congresso dos Estados Unidos.

Informações da Agência Senado

Satélite geoestacionário vai ampliar capacidade de cobertura das comunicações militares



Brasília, 15/08/2013 – O novo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – SGDC, a ser lançado pelo Brasil, vai possibilitar o aumento da capacidade de cobertura das comunicações das Forças Armadas.

O equipamento contará com a Banda X, composta por cinco transponderes suficientes para ampliar a largura de banda de 160 MHz, e o aumento de potência em cerca de dez vezes, em comparação ao satélite da Star One, atualmente alugado pelo Ministério da Defesa (MD).

Segundo fontes do ministério, o aumento possibilitará ampliar o atendimento aos demais projetos da Defesa, principalmente o Sisfron, de monitoramento das fronteiras terrestres. O projeto do SGDC prevê, ainda, o lançamento de mais dois satélites espaçados em mais ou menos cinco anos.

A expectativa do MD é que o satélite seja lançado em agosto de 2016. Esta semana, o Comitê Diretor do Projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) anunciou a indicação das empresas Thales Alenia Space (TAS), para fornecimento do satélite, e da Arianespace, para o lançamento do artefato. Foram analisadas três propostas: Mitsubishi Eletric Corporation, Space System/Loral e Thales Alenia Space.

De acordo com comunicado divulgado pelo Ministério das Comunicações e pela Telebras, o processo de escolha pelo Comitê Diretor levou em consideração os seguintes critérios de análise: solução técnica, cronograma, riscos, condições contratuais, condições de absorção e transferência de tecnologia e custo global do projeto. O Comitê é composto por representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério das Comunicações e do Ministério da Defesa.

O SGDC atenderá às necessidades do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), da Telebras, e também um amplo espectro de comunicações estratégicas brasileiras nos âmbitos civil e militar.
“Com o satélite geoestacionário, o Brasil ampliará o acesso à banda larga de internet para todo o território brasileiro e terá assegurada a soberania em suas comunicações estratégicas, tanto na área civil quanto na militar”, afirma o presidente da Telebras, Caio Bonilha.

Atualmente, existem mais de 2 mil municípios brasileiros com condições de difícil acesso para chegada de uma rede de fibra óptica terrestre. Eles seriam atendidos por meio do satélite.

Para o presidente da Visiona, Nelson Salgado, “a seleção destes fornecedores encerra uma etapa importante do processo de definição do sistema SGDC, criando condições para que o contrato entre Visiona e Telebras seja assinado e o trabalho de desenvolvimento do sistema possa ser efetivamente iniciado”. Os termos e condições do contrato entre Visiona e Telebras serão divulgados oportunamente, quando da sua assinatura.

Centros de controle

Outro fator considerado importante pelo MD é que os centros de controle – principal e reserva – do satélite geoestacionário ficarão em Organizações Militares (OM) e operados conjuntamente pela Defesa e pela Telebras. Atualmente, os satélites alugados têm seu centro de controle em uma área da Star One, no estado do Rio de Janeiro.

Banda larga e Visiona

O Programa Nacional de Banda Larga foi criado pelo Decreto nº 7.175, de 12 de maio de 2010. O objetivo do Programa é expandir a infraestrutura e os serviços de telecomunicações, promovendo o acesso pela população e buscando as melhores condições de preço, cobertura e qualidade. A meta é proporcionar o acesso à banda larga a 40 milhões de domicílios brasileiros até 2014 à velocidade de no mínimo 1 Mbps.

A Visiona Tecnologia Espacial S.A. é uma empresa dos grupos Embraer (51%) e Telebras (49%), controlada pela Embraer e constituída com o objetivo inicial de atuar na integração do sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do governo brasileiro, que visa atender às necessidades de comunicação satelital do Governo Federal, incluindo o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) e um amplo espectro de comunicações estratégicas de defesa. A Visiona deverá também se capacitar como uma futura empresa integradora e mesmo fornecedora de novos satélites no mercado brasileiro.

Fonte: Ministério da Defesa

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Governo regulamenta lei de fomento à Base Industrial de Defesa

Governo regulamenta lei de fomento à Base Industrial de Defesa

Brasília, 01/04/2013 – O governo federal editou Decreto nº 7970, de 28 de março de 2013, que regulamenta dispositivos da Lei 12.598/2012, marco legal para as compras, as contratações e o desenvolvimento de produtos e sistemas de defesa no país. Assinado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, ele foi publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial da União. A iniciativa está inserida no contexto do plano “Brasil Maior”.

Sancionada em março do ano passado, a Lei 12.598 assinala um ponto de inflexão no modo como o Brasil cuida da indústria de defesa. Além de instituir um marco regulatório para o setor, a norma diminui o custo de produção de companhias legalmente classificadas como estratégicas e estabelece incentivos ao desenvolvimento de tecnologias indispensáveis ao Brasil.

De imediato, a regulamentação traz a possibilidade de credenciar Empresas Estratégicas de Defesa (EED), homologar Produtos Estratégicos de Defesa (PED) e mapear as cadeias produtivas do setor. A norma também permite estimular as Compensações Tecnológicas, Industriais e Comerciais e fomentar o conteúdo nacional da Base Industrial de Defesa, bem como incrementar a pauta de exportações de produtos de defesa.

O decreto contempla ainda a criação da Comissão Mista da Indústria de Defesa – CMID, assessoria de alto nível que possibilitará a participação, junto com o MD, de outros órgãos e entidades (públicas e privadas) no credenciamento das empresas estratégicas de defesa e na homologação dos produtos estratégicos.

“A CMID atribui um perfil interministerial e multidisciplinar ao processo. Embora o 'poder decisório', por Lei, seja prerrogativa do MD, optou-se por uma sistemática interativa que ouve os diversos segmentos interessados no tema”, assegura o general-de-divisão Aderico Mattioli, diretor do Departamento de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa (MD).
Licitação Especial.

Um dos elementos chave do novo decreto é a definição do Termo de Licitação Especial (TLE), uma opção concorrencial que permitirá que as compras e contratações do setor sigam uma lógica baseada não apenas nos custos dos projetos. Segundo o texto da regulamentação, a opção pelo TLE exige motivação para que o procedimento especial seja utilizado, permitindo a adoção de critérios com orientação mais estratégica, no intuito de fortalecer a Base Industrial de Defesa.

“Isso nos possibilita, por exemplo, levar em conta outras variáveis importantes na elaboração nos termos de licitação, como aspectos geopolíticos ou fatores micro e macroeconômicos de longo prazo, que permitirão às empresas brasileiras desenvolver capacidades tecnológicas e construir vantagens competitivas”, afirmou o general.

O decreto também garante às empresas estratégicas de defesa acesso a financiamentos para programas, projetos e ações relativas a bens de defesa nacional. Um aspecto importante, já que, em muitos casos, essas empresas necessitam de condições especiais de financiamento para levar seus projetos adiante, sobretudo iniciativas de maior horizonte temporal.

A próxima etapa da regulamentação da Lei 12.598/2012 será a definição das regras específicas do RETID, um regime especial de tributação que desonera empresas de encargos diversos. A novidade será regulamentada por ato específico. “Nossa expectativa é de que, uma vez sancionada a Lei de Conversão 1/2013 (MP 582), a proposta de decreto sobre o RETID seja apresentada pelo Ministério da Fazenda, com a participação do MD”, diz Mattioli.

“Demos um passo importante. Agora é trabalhar para que a regulamentação completa seja finalizada num curto espaço de tempo”, conclui.


Fonte: Ministério da Defesa

sábado, 16 de março de 2013

KC-X2: IAI B-767 Tanker



Brazil selects IAI 767 tanker to replace KC-137s

Dave Majumdar São Paulo 06:21 15 Mar 2013 Source: Flight International The Brazilian air force has selected Israel Aerospace Industries (IAI) to convert two Boeing 767-300ER airliners into aerial refueling tanker transports.

The converted aircraft, which will replace the country's existing Boeing 707-derived KC-137s, will also act as a strategic airlifter and medical evacuation aircraft. Brazil's two KC-137s were built in the 1960s but only entered service with the country's air force in 1986. The aircraft need to be replaced because of high operating costs and high fuel consumption. The aircraft's excessive engine noise also played a factor in Brazil's decision to replace the KC-137.

Brazil has been looking for a replacement tanker since 2008 under the KC-X2 programme. Boeing, Airbus Military and IAI had been invited to submit bids. The award comes nearly three years after IAI delivered to Colombia a 767-200 modified into a tanker. IAI's Bedek division performs the tanker modifications. The company offers refueling by probe-and-drogue and a recently qualified fly-by-wire boom, although it was not clear which configuration Brazil selected.

Brazilian Air Force official statement: Nota Oficial – FAB encerra processo de seleção de aeronaves reabastecedoras

O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informa que o Comando da Aeronáutica encerrou o processo de seleção das duas aeronaves de grande porte que substituirão os KC-137 operados pelo 2° Esquadrão do 2º Grupo de Transporte (2°/2°GT).

A proposta escolhida foi a da empresa Israel Aerospace Industries - IAI, que converterá aeronaves comerciais Boeing 767-300ER em plataformas capazes de realizar reabastecimento em voo, transporte estratégico de carga e tropa e evacuação aeromédica, de acordo com os requisitos formulados pela Força Aérea Brasileira.

O Projeto KC-X2, como foi chamado o processo de substituição dos aviões, foi instituído pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) em 2008 e conduzido pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), que buscou as melhores soluções existentes no mercado, considerando requisitos técnico-operacionais, logísticos, industriais e de compensação comercial e tecnológica para o estado brasileiro.

Os antigos KC-137 foram fabricados na década de 1960 e incorporados à FAB em 1986, tendo sido empregados, desde então, em diversas missões operacionais e humanitárias de grande relevância para a Força Aérea Brasileira e para o Brasil.

Brasília, 14 de março de 2013

Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
Fonte: CECOMSAER

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Super Tucano na USAF

27/02/2013 - 21h29 INDÚSTRIA NACIONAL - Brasil vende aviões Super Tucano para os Estados Unidos O avião brasileiro Super Tucano foi anunciado na noite desta quarta-feira (27/2) como o vencedor de uma concorrência para equipar a Força Aérea dos Estados Unidos. A aeronave foi desenvolvida pela Embraer nos anos 90 a partir de requisitos elaborados pela Força Aérea Brasileira. Com a confirmação da compra dos EUA, o produto nacional chega agora a nove clientes de exportação. "É um orgulho para a FAB e para o Brasil saber que um avião idealizado em solo nacional, para atender necessidades operacionais de nossa Forca Aérea, tem a sua qualidade reconhecida internacionalmente", disse o Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica. No Brasil, o principal uso do Super Tucano é em missões de vigilância das regiões de fronteira a partir das Bases de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR). "A cada dia, nós comprovamos o poder desse avião de defender nosso país", completou o Brigadeiro. Os Estados Unidos devem adquirir 20 Super Tucanos, em um negócio avaliado em US$ 427,5 milhões. Chile, Colômbia, Equador, Indonésia, República Dominicana, Angola, Mauritânia e Burkina Fasso também já adquiriram a aeronave. De acordo com a Embraer, já há mais de 200 encomendas do Super Tucano, o que já o torna a aeronave de combate mais vendida na história da indústria de defesa brasileira. Cento e setenta já foram entregues. Desenvolvimento O Super Tucano voou pela primeira vez no dia 2 de junho de 1999. O projeto da Embraer precisava cumprir o requisito da Força Aérea Brasileira de uma aeronave de baixo custo operacional que fosse ideal para interceptar aeronaves de pequeno porte que tentassem sobrevoar o Brasil sem autorização. Para isso, a aeronave é armada com duas metralhadoras calibre .50 e tem sistemas de bordo comparáveis com os mais modernos aviões de caça. Possui óculos de visão noturna (NVG) para os pilotos e telas coloridas multifunção no lugar dos tradicionais mostradores analógicos. O avião também pode levar bombas, mísseis e foguetes sob suas asas. As primeiras entregas para a FAB aconteceram em agosto de 2004. Ao todo, 99 aeronaves foram adquiridas. Além das missões de defesa aérea, os Super Tucano também cumprem missões de treinamento de futuros pilotos de caça, ataque e reconhecimento. Em 2012, também foram recebidas as primeiras unidades para a Esquadrilha da Fumaça, que deve se apresentar com seus novos Super Tucano ainda este ano. Na FAB, a aeronave é designada A-29. Em ação Em agosto de 2011, os Super Tucano ganharam destaque nacional depois de missões que interditaram pistas de pouso clandestinas na região Amazônica, que possivelmente eram utilizadas por traficantes e contrabandistas. A ação ocorreu já na primeira edição da Operação Ágata, que em suas seis edições contaram com a presença dos A-29. Os Super Tucano também foram empregados nas ações de segurança durante eventos como a Rio + 20, posse da Presidenta Dilma Rousseff e visita de Barack Obama. O planejamento da Força Aérea Brasileira também prevê seu uso durante a Copa do Mundo, Copa das Confederações e Olimpíadas. "O Super Tucano é, sem dúvida, a melhor aeronave hoje em operação no mundo para atuar nesse nicho, que é o ataque leve e a defesa aérea contra aeronaves de pequeno porte", afirma o Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Saito. Fonte: FAB

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Posse das novas diretorias da ABIMDE e do SIMDE

 Matéria do amigo jornalista e fotógrafo Roberto Caiafa, da Tecnologia & Defesa.

 

ABIMDE & SIMDE

Novos presidentes tomam posse em SP
Por Roberto Valadares Caiafa
31/1/2013


Sami Youssef Hassuani, novo presidente da ABIMDE (Fotos: Roberto Caiafa)

ABIMDE tem novo presidente

Novos projetos do governo brasileiro elevam a expectativa de investimentos no setor de Defesa Brasileiro de US$ 40 bilhões para US$ 100 bilhões nos próximos vinte anos
                Em cerimônia realizada na sede do 8º Distrito Naval em São Paulo nesta quinta feira, a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) deu posse a seu novo presidente, Sami Youssef Hassuani, e a nova diretoria. A entidade representa mais de 180 empresas da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, e vem tendo um papel importante em diversas conquistas do segmento, especialmente após a introdução da Estratégia Nacional de Defesa (END) em 2008. Na mesma ocasião, o Sindicato Nacional das Indústrias de Defesa (SIMDE) realizou a troca de comando na presidência da instituição. Saiu Carlos Frederico Queiroz de Aguiar (que também entregou o cargo na ABIMDE) e assumiu em seu lugar Carlos Erane de Aguiar, seu pai. Dentre as autoridades presentes, o comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro-do-ar Juniti Saito, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general-de-exército José Carlos de Nardi (representando o Ministro da Defesa), o chefe do Estado Maior da FAB, brigadeiro-do-ar Aprígio Azevedo, o comandante do 8º Distrito Naval, vice-almirante Luiz Guilherme Sá de Gusmão, o chefe do Departamento de Produto de Defesa (Deprod), do Ministério da Defesa, general Aderico Mattioli, a deputada federal Maria Perpétua Almeida, da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados (CREDN), o prefeito de São Bernardo do Campo, Senhor Luis Marinho, além de empresários da Base Industrial de Defesa, militares, civis convidados e a imprensa especializada.
A mesa de autoridaes composta, da esquerda para a direita, pelo  comandante do 8º Distrito Naval, vice-almirante Luiz Guilherme Sá de Gusmão, Sami Hassuani, novo Presidente da ABIMDE, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general-de-exército José Carlos de Nardi, comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro-do-ar Juniti Saito, Carlos Frederico Queiroz de Aguiar e o novo presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar (acima e abaixo)
Carlos Frederico Aguiar destacou no seu discurso de entrega do cargo o amadurecimento da ABIMDE, citando como exemplos recentes a participação de empresas da Base Industrial de Defesa em oito grandes feiras internacionais, resultado de uma parceria com a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (APEX Brasil); a participação em mais de vinte fóruns em diversos estados do país; a realização do evento BID Brasil no Distrito Federal, as negociações e gestões junto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) visando à regulamentação de emprego e uso de veículos aéreos não tripulados (VANT); a introdução e adoção de novos sistemas de simulação para treinamento militar no País, a visita de 13 delegações estrangeiras interessadas em conhecer os produtos de defesa brasileiros; a definição de uma agenda constantemente renovada entre a ABIMDE e o Ministério da Defesa; a intensa integração da ABIMDE com os diversos órgãos do governo federal na esfera econômica e política para o estabelecimento de uma gestão político-governamental para o setor de Defesa; e a mobilização pela regulamentação da lei nº 12.598 (lei que versa sobre as licitações e contratações de produtos e serviços estratégicos de defesa, restritos a empresas credenciadas como empresa estratégica de defesa - EED).
O novo presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar (acima) e auditório lotado de autoridades e convidados prestigiando a cerimônia (abaixo)
Ao falar pela primeira vez como novo presidente, Sami Hassuani defendeu como linha de ação de sua gestão a consolidação da ABIMDE nas relações entre o setor de Defesa e a classe política nacional, visando à recuperação da capacidade de investimentos estratégicos do Estado Brasileiro e a criação de tecnologia nacional. O dirigente ressaltou o enorme potencial de geração de spin offs (tecnologias de uso dual militar e civil), os avanços em educação através da capacitação de mão de obra altamente qualificada, gerando alto valor agregado ao produto de Defesa, especialmente na sua exportação; e a necessidade de uma maior integração entre os órgãos federais e forças políticas de projeção nacional visando a obtenção de recursos para a BID.
Segundo Hassuani “O momento é único. Temos de entender que a parte econômica do governo da presidente Dilma está alinhado a parte estratégica, responsável por pensar todo o aparato de Defesa Nacional”. E continua “As dificuldades nas áreas técnica, legislativa e política estão sendo elencadas pelo projeto Diagnóstico da BID, um mapeamento de toda a cadeia produtiva do setor através de questionários enviados as empresas, trabalho realizado em parceria com a Universidade Federal Fluminense, está ajudando na construção do relacionamento cada vez mais integrado com o Ministério da Defesa, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Essas ações, somadas a busca pela regulamentação do Regime Tributário das Indústrias de Defesa, o RTID, que desonera as companhias do setor nas vendas de produtos e serviços para o governo, serão as bases da minha gestão a frente da ABIMDE”.
O setor de Defesa Brasileiro
Segundo a ABIMDE, as companhias que atuam no mercado de Defesa geram juntas na atualidade cerca de 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos, movimentando US$ quatro bilhões por ano entre importações e exportações. Em 20 anos, se todos os investimentos previstos no setor de Defesa se concretizarem (US$ 180 bilhões), o número de empregos deverá mais que dobrar (60 mil empregos diretos e 240mil indiretos) para garantir os programas voltados para vigilância de fronteiras marítimas, aéreas e terrestres como SISFRON – Sistema de Vigilância de Fronteiras, o SISGAAZ – Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, e o novo Programa PROTEGER, que visa a defesa de instalações críticas da infraestrutura nacional em terra e no mar com investimentos anunciados de US$ 30 bilhões, o PROSUPER e a obtenção pela Marinha de novos meios de superfície como escoltas, patrulhas e um navio anfíbio multipropósito, O FX-2 e a escolha do novo vetor de combate da Força Aérea Brasileira, uma encomenda inicial de 36 unidades, e o PROSUB, que vai dar ao país uma nova arma, o submarino nuclear de ataque de tecnologia nacional e quatro belonaves do tipo convencional baseadas no projeto Scorpenne, mais uma base e estaleiro naval especialmente construída para a operação destes meios.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Defesa Civil usou avião não tripulado para avaliar chuvas no RJ

Notíca veiculada pelo G1. VANT da Flight Technologies apoiando a Defesa Civil na tragédia de Xerém.



24/01/2013

Defesa Civil usou avião não tripulado para avaliar chuvas no RJ; veja vídeo

Vídeo mostrou casas irregulares que serão retiradas ao longo do Capivari.

'Conseguimos comparar com o que houve na Região Serrana', diz coronel.



Tahiane Stochero Do G1, em São Paulo


As fortes chuvas que provocaram duas mortes e prejudicaram mais de 100 mil pessoas em Xerém, distrito de Duque de Caxias, em 3 de janeiro, surpreenderam os profissionais da Defesa Civil do Rio de Janeiro, que só conseguiram entender realmente o que aconteceu na semana passada, quando um pequeno avião não tripulado (vant) sobrevoou a região e deu as respostas.

Em vídeo divulgado ao G1 nesta semana (veja acima), realizado pelo vant, os engenheiros conseguiram ter a prova de que a barragem que segurava as águas do Rio Capivari, que invadiu Xerém, havia sido praticamente destruída.

Conhecidos pelo termo em inglês "drones", o uso de aviões não tripulados é polêmico no mundo, tanto no meio civil quanto militar, por terem sido empregados pelos Estados Unidos para matar terroristas no Afeganistão e Iraque. Não há uma legislação específica no Brasil para seu uso, que tem de ser autorizado pela Aeronáutica e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Segundo o diretor-geral da Defesa Civil fluminense, coronel Douglas Paulich Júnior, o vídeo feito pelo vant permitiu ainda que o governo pudesse comparar o que houve em Xerém com a tragédia que ocorreu em janeiro de 2012 na Região Serrana do Rio, quando o acumulado de chuvas deixou 911 mortos e mais de 400 mil moradores desabrigados

"As imagens do avião não tripulado nos confirmaram que a tragédia em Xerém foi de potencial menor que o que atingiu a Região Serrana. Esta deste ano foi de uma magnitude muito grande, um processo bastante agressivo também. Mas, ao contrário do que ocorreu no ano passado, percebemos que em Duque de Caxias não houve deslocamento de pedras ou de grandes blocos, ao contrário do que ocorreu na anterior. Neste caso, as pedras apenas foram descobertas e ficaram à vista, mas não houve movimentação de terra", afirma o oficial.

A aeronave, chamada de Horus, foi cedida pela empresa Flight Technologies e sobrevoou a Baixada Fluminense  entre os dias 15 e 18 de janeiro a cerca de cerca de 914 metros (3 mil pés).

O avião sobrevoou também o bairro Café Torrado, o mais atingido pelas águas, e fez o percurso ao longo do leito do rio Capivari, permitindo mapear uma área de 15 quilômetros de raio.

Em 2012, um avião experimental do Instituto Militar de Engenharia (IME), que possui parceria com o governo fluminense, foi usado para sobrevoar a Região Serrana e também captar imagens da destruição.

“Conseguimos localizar áreas onde a destruição se estendeu em até 10 ou 15 vezes à largura original do leito do Capivari. E também pontos de estrangulamento da água, represados por casas, que não devem estar ali e serão retiradas”, relatou o coronel Paulich Junior.

Vídeo comprovou destruição de barragem
A gravação irá ajudar também a prefeitura e os órgãos estaduais a decidir quais locais serão prioritários para a remoção de entulhos, como será feita a evacuação de pessoas que vivem em áreas de risco e em locais ocupados irregularmente, por serem de preservação ambiental, e o que deve ser feito para impedir que a invasão das águas se repita.

"O vídeo feito pelo vant confirmou também que a barragem que represava o rio Capivari foi praticamente destruída. Nós não tínhamos certeza do que havia acontecido. E o que se imaginava é que o grande volume de água havia feito a barragem e o dique se romperem totalmente. Mas isso não aconteceu. O vídeo mostrou que o muro foi danificado e a água passou por cima, mas não rompeu”, explica o coronel.



Avião não tripulado usado pela Defesa Civil para avaliar os
estragos em Xerém (Foto: Flight/Divulgação)

No dia da tragédia houve boatos de que o dique havia se rompido totalmente, mas só as imagens aéreas feitas pelos vant conseguiram confirmar o tamanho da destruição do muro de contenção.

Segurança
O que sobrou do dique é que preocupa agora por representar um risco de novas tragédias ao acumular água e detritos em seu interior.

“Vamos usar as imagens para analisar e preparar que será feito, pois a represa pode continuar acumulando água e se tornar vulnerável, um fator de risco. Esta barragem serviu para transpor material terroso para o leito do rio, não funciona mais, está destruída, e teremos que pensar talvez em demolir o que sobrou, pois ela não tem mais a mesma funcionalidade de antigamente”, acrescenta ele.

Segundo Nei Brasil, proprietário da Flight, uma base de comando, que controlava o voo do avião não tripulado e recebia as imagens enviadas pelo avião, foi instalada a cerca de 5 km do centro de Xerém. “As imagens serviram para os profissionais avaliarem realmente o estrago. Suspeitas, como a destruição da barragem, foram confirmadas pela visão lá de cima”, diz.

Dreamliner mostra que inovação pode virar pesadelo




DANIEL MICHAELS

Há nove anos, os executivos da Boeing Co. decidiram dar o maior salto da tecnologia aeronáutica em uma geração e desenvolveram o 787 Dreamliner. Eles prometeram que o avião consumiria menos combustível, voaria mais longe e oferecia mais conforto aos passageiros do que os modelos existentes.

O avião seria "um novo paradigma" para o setor e os passageiros", disse o então diretor-presidente da Boeing, Harry Stonecipher. O 787 também mostrou o "comprometimento da Boeing com a inovação".

As companhias aéreas, ávidas para reduzir custos e atrair passageiros, encomendaram um número recorde de Dreamliners, num total agora de 848 aviões. Em resposta, a concorrente Airbus refez sua linha de produtos.

Hoje, a Boeing está se debatendo com suas inovações. O corpo e as asas do Dreamliner, feitos de plástico reforçado com fibra de carbono, têm se mostrado difíceis de produzir e montar. Os painéis de distribuição que alimentam os avançados sistemas elétricos do avião superaqueceram e queimaram durante o voo. E, mais recentemente, as baterias de íons de lítio — que pela primeira vez estão sendo usadas na aviação comercial — pegaram fogo, levando reguladores no mundo todo a suspender os voos de todos os 50 Dreamliners em operação.

Empresas, governos e acadêmicos fizeram da "inovação" um quesito indispensável para se competir na economia global. A experiência da Boeing é um alerta de que a inovação — por mais valor que tenha — não se cria tão facilmente como um slogan. Ela pode virar uma confusão.

A Boeing, um símbolo da inventividade americana, tem redefinido o transporte aéreo ao longo dos últimos 50 anos com audaciosos saltos tecnológicos como o do 747. O jato original abriu as viagens aéreas para as massas nos anos 70 e conectou cidades ao redor do mundo.

O avião cimentou a posição da Boeing como líder mundial na fabricação de aviões comerciais por três décadas. Mas antes disso ele quase levou a empresa à falência devido a problemas técnicos e poucas encomendas.

Os admiradores da Boeing dizem que o Dreamliner provará que é igualmente revolucionário. Mas seus problemas novamente mostram os traumas que a inovação pode provocar. A Airbus, que pertence à European Aeronautic Defence & Space Co., e fabricantes menores de aviões também recentemente enfrentaram crises, ainda que menos dramáticas, com alguns das suas novidades mais promissoras.

"Como líder de uma companhia de alta tecnologia, você tem sentimentos mistos com relação à inovação", disse o diretor-presidente da Eads, Tom Enders, um ano atrás, enquanto a empresa estava às voltas com rachaduras no interior das asas do seu mais novo avião, o superjumbo A380.

Enders, que então comandava a Airbus, observou que toda inovação traz riscos. "Mas se você é muito avesso a riscos, a concorrência vai te engolir", acrescentou.

A Boeing não quis comentar para esta reportagem.

Aviões comerciais completamente novos são desenvolvidos apenas cerca de uma vez a cada década, ao custo de bilhões de dólares. Aviões comerciais custam em média US$ 100 milhões cada, aproximadamente o preço de um prédio comercial — ou de cerca de 200.000 iPads. Os sistemas aéreos são tão integrados que mudanças em um elemento podem afetar todo o projeto.

Por anos a Boeing priorizou inovação e tecnologia. Altos executivos previram corretamente que produtos superiores gerariam lucros.

No final dos anos 90, a Boeing diminuiu o ritmo da inovação em meio a reviravoltas internas. O programa Dreamliner, aprovado em 2004, marcou um ressurgimento. A Boeing afirmou que o avião, construído em grande parte com ligas de materiais, ultrapassaria os avanços tecnológicos da Airbus. O avião se basearia mais na eletricidade do que os aviões existentes, que usam mais energia hidráulica e pneumática. A Boeing prometeu que os avanços poderiam significar uma redução de 20% no consumo de combustível e de 30% no custo de manutenção em relação aos modelos atuais.

As companhias aéreas compraram a aposta. "Você não pode introduzir um avião tão radicalmente diferente sem ter problemas", diz Robert Milton, que em 2005, como diretor-presidente da ACE Aviation Holdings, controladora da Air Canada, encomendou cerca de 60 Dreamliners.

À medida que os pedidos chegavam, a Boeing, sediada em Chicago, se digladiava com os desafios das suas novas tecnologias, como proteger o 787 dos raios. O alumínio da fuselagem dos aviões convencionais conduzem as frequentes descargas elétricas e as dissipam, mas o material do Dreamliner, não, o que poderia causar danos ao avião. Como defesa contra raios, os engenheiros da Boeing tiveram que adicionar proteções e estruturas de metais, retornando 900 quilos ao peso do avião.

Quando os primeiros aviões foram entregues, outros problemas emergiram. No começo de 2007, a Boeing abandonou os planos para sistemas de entretenimento sem fio. A tecnologia ainda não estava madura o suficiente, disseram executivos da empresa.

Naquele ano, à medida que a Boeing montava o primeiro protótipo do 787, ficou claro que os fornecedores estavam tendo dificuldades para fazer componentes. Partes compostas da fuzelagem tinham imperfeições que exigiam extensos reparos.

Um exército de engenheiros da Boeing lutou contra atrasos na montagem, mas novos problemas emergiram. A umidade excessiva retida pelo material compósito da fuselagem, por exemplo, criava uma condensação, problema que a Boeing resolveu com material material capaz de conduzir a água para fora.

Em 2009, o presidente da Boeing, Jim McNerney, que assumiu o cargo em 2005, admitiu que "o plano inicial excedeu nossa habilidade de executá-lo". Em retrospecto, McNerney disse durante uma teleconferência de resultados que "não há dúvida de que a base era muito ambiciosa."

(Colaborou Jon Ostrower.)
Wall Street Journal - 25/01/2013

REAPARELHAMENTO – Brasil irá modernizar aviões-radar para a Copa do Mundo


A Força Aérea Brasileira assinou com a Embraer Defesa e Segurança o contrato de R$ 430 milhões para modernizar suas cinco aeronaves E-99. Esses aviões, que se destacam pelo imenso radar na sua parte superior, capazes de detectar, rastrear e identificar alvos aéreos e transmitir essas informações para centros de controle. A expectativa é que a tecnologia já esteja disponível durante a Copa do Mundo de 2014.




A modernização envolve a atualização dos sistemas de comando e controle, do radar de vigilância aérea, e dos equipamentos de guerra eletrônica, incluindo as contramedidas eletrônicas, que são ferramentas para proteger a aeronave de interferências provocadas por inimigos. Os aviões serão agora designados como E-99M. Também foram adquiridas seis estações de planejamento e análise de missão, que serão empregadas no treinamento e aperfeiçoamento das tripulações.

Os E-99 entraram em operação na FAB em 2002, como parte das aquisições voltadas para o controle e defesa da região amazônica. Baseadas em Anápolis (GO), as aeronaves são capazes de realizar missões de gerenciamento do espaço aéreo, posicionamento de caças e controle de interceptação, inteligência eletrônica e vigilância de fronteiras.

“Ao longo da última década, a Força Aérea comprovou o alto valor destas aeronaves de Controle e Alarme em Voo para o cumprimento da sua missão”, disse o Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, Presidente da Copac – Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate da FAB. “Mantê-las atualizadas e ampliar sua capacidade operacional é a certeza de que continuarão contribuindo decisivamente para a eficiência da Força Aérea Brasileira.”

O E-99 foi desenvolvido a partir do jato de transporte regional Embraer 145, que tem mais de 1.100 unidades entregues, inclusive para a FAB. Para o Presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, “esta modernização permitirá à FAB continuar operando com excelência um importante vetor de defesa aérea nacional". A Atech, empresa coligada da Embraer Defesa e Segurança, também participa do projeto no desenvolvimento de parte do sistema de comando e controle.


Fonte: Agência Força Aérea, 21 de janeiro de 2013

Exército apresenta Simulador Nacional de Operações Cibernéticas



Brasília, 22/01/2013 – Uma nova iniciativa para conter ameaças virtuais está em andamento no âmbito da Defesa Nacional. Nesta terça-feira, pela manhã, o Exército Brasileiro apresentou o Simulador Nacional de Operações Cibernéticas (SIMOC) – software que cria e planeja treinamentos em um ambiente de rede. A ferramenta está inserida nos pilares da Estratégia Nacional de Defesa no que diz respeito ao desenvolvimento de equipamentos e plataformas de defesa cibernética.


O SIMOC foi produzido pela empresa de tecnologia da informação Decatron e custou R$ 5 milhões. Ele funciona a partir de acesso por login e senha. Depois dessa etapa, o usuário pode escolher reproduzir uma rede de computador já existente ou criar uma nova. Logo após, é necessário definir o comportamento da rede e estabelecer os treinamentos que serão realizados. O software permite, ainda, a emissão de relatórios técnicos com o andamento de todas as operações realizadas no ambiente virtual.

De acordo com o comandante do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica (CCOMGEX), general Antonino dos Santos Guerra, “este é um dos projetos mais importantes desenvolvidos pelo órgão”. Durante a apresentação, que aconteceu no auditório do centro, o general destacou que o simulador “é uma solução que promove a tecnologia nacional e ajuda a aumentar o PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil”.

O sócio-diretor da Decatron, Carlos Rust, explicou que o processo de desenvolvimento do SIMOC teve início há um ano e empregou diretamente 30 profissionais brasileiros. Para ele, é importante ter um simulador nacional que prepara o país para a defesa virtual e é “melhor do que os internacionais”.

Entre as diferenças com os softwares do gênero no exterior, o simulador nacional é flexível, pois possibilita a criação de cenários de operações cibernéticos. Isso não acontece com os outros equipamentos do mercado, que trazem cenários já fixos.

O sistema foi criado com base em experiências internacionais, já que as Forças Armadas estão envolvidas nesse tipo de projeto “em todos os países do mundo”, destacou o general Santos Guerra.

Participaram do evento de hoje o comandante do Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE), órgão interno do CCOMGEX, tenente coronel Márcio Ricardo Fava; o gerente executivo da Decatron, Bruno Mello; e demais autoridades militares.

Treinamento

No ano passado, 24 oficiais superiores do CCOMGEX realizaram curso de seis meses onde operaram o Simulador Nacional de Operações Cibernéticas e estão, assim, capacitados para atuar contra as ameaças virtuais do país. Entre elas estão hackers e grupos que se organizam para atacar sites e chamar atenção para causas específicas, além de crimes, espionagem e guerra cibernética.

Para este ano, está previsto mais um curso, mas desta vez com uma turma de sargentos do Exército. No entanto, conforme explicou o general, o SIMOC pode ser utilizado de forma remota, aumentando seu escopo de atuação para outras instituições militares no país. “Só é preciso que um instrutor vá até o local a fim de coordenar as atividades do simulador”, afirmou.

A tecnologia está disponível para faculdades e centros de ensino interessados, mas “é necessário que se tenha cuidado com quem se treina”, ponderou o comandante do CCOMGEX.

Fonte: Ministério da Defesa, 22/01/2013