sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Talk 2 Brazil

Being interviewed by Thomas Reoach in the Talk 2 Brazil program next Monday, September 3rd...

http://www.talk2brazil.com/

Marinha do Brasil: Incorporação dos MH-16 SeaHawk



Aeronaves SeaHawk (MH-16) são incorporadas ao
1º Esquadrão de Helicópteros Anti-Submarino (HS-1)

 

Da esq. para dir.: Alte Esq Palmer; Alte Esq Pires Ramos; Alte Esq Wiemer;
Alte Esq (Refº) Alfredo Karam; Comandante da Marinha, Alte Esq Moura Neto;
Ministro da Defesa, Embaixador Celso Amorim; Comandante-em-Chefe da Armada da República Oriental do Uruguai, Alte Ricardo Ernesto Giambruno Volpi; Alte Esq (Refº) Guimarães Carvalho; Alte Esq Max; Alte Esq (FN) Guimarães; e Alte Esq Carlos Augusto

 
Em 23 de agosto, o Comando da Força Aeronaval comemorou os 96 anos da Aviação Naval, em cerimônia militar realizada no Complexo Aeronaval de São Pedro da Aldeia (RJ). O evento foi presidido pelo Ministro da Defesa, Embaixador Celso Amorim, e contou com a presença do Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, entre autoridades civis e militares.

Este ano, o evento celebrou uma nova etapa para a Marinha do Brasil e para a Aviação Naval, com a assinatura do termo de transferência de subordinação de quatro helicópteros SeaHawk (MH-16), incorporados ao 1° Esquadrão de Helicópteros Anti-Submarino (HS-1).

Dois deles foram apresentados na cerimônia, um em sobrevoo e outro no solo. Até 2014, mais duas aeronaves do mesmo modelo serão recebidas, totalizando seis novos SeaHawk para a Marinha.
O MH-16 possui características estruturais com um projeto que lhe conferem maior robustez, resistência e confiabilidade, como a redundância dos sistemas de controle de vôo, sistemas hidráulicos e a tolerância balística das pás do rotor principal para calibres de até 20 mm. Os equipamentos aviônicos e sensores são de última geração e podem ser armados com Metralhadora Lateral, Torpedos Anti-Submarino e Míssil Anti-Navio.

Desta forma, as aeronaves serão empregadas em proveito das Forças Navais, na “Amazônia Azul”, com a capacidade de realizar tarefas de detecção, localização, acompanhamento, identificação e ataque a alvos de superfície e submarinos, além de ações de busca e salvamento.
As novas aeronaves irão substituir os SH-3A/B “Seaking”, que por mais de 40 anos prestaram bons serviços à Aviação Naval.
 

Helicóptero SeaHawk (MH-16)

Fonte: Nomar online

Orçamento de 2013 prevê reajuste salarial de 30% para os militares

Orçamento de 2013 prevê reajuste salarial de 30% para os militares

Brasília, 30/08/2012
– Os servidores militares das Forças Armadas terão um reajuste salarial de 30%, dividido em três anos, a partir de 1º de março do ano que vem. O aumento será concedido de forma linear e parcelado igualmente ao longo desse período, ou seja, um terço a cada ano.

Os dados foram divulgados na tarde desta quinta-feira pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, durante apresentação do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2013, em Brasília (DF).

Na ocasião, anunciou-se também um reajuste padrão de 15,8% a outras categorias de servidores do Poder Executivo, boa parte das quais estiveram com as atividades paralisadas até recentemente. Segundo o Planejamento, 93% das categorias aceitaram a oferta.

A mesma proposta de reajuste – 15,8%, parcelados em três anos – foi oferecida ao Legislativo (Câmara, Senado e Tribunal de Contas da União), Judiciário (magistrados e servidores) e Ministério Público da União (membros e servidores).

As parcelas do reajuste salarial de 30% concedido aos militares serão pagas em março de 2013, 2014 e 2015, sempre no primeiro dia do mês.

Fonte: Ministério da Defesa

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Thales no Brasil




Valor Econômico de 30 de agosto de 2012

Francesa Thales troca sua sede na AL e centraliza os negócios no Brasil

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São Paulo

A partir da próxima semana, a francesa Thales estará transferindo a sua sede na América Latina do México para o Brasil. O escritório em São Paulo, que está sendo ampliado, será comandado pelo vice-presidente da Thales na região, Cesar Kuberek, e o diretor geral da empresa no Brasil, Julien Rousselet. Único país da América Latina que tem hoje vários projetos de grande porte em cada linha de negócios da Thales, o Brasil se tornou estratégico para suas operações nas áreas de defesa e segurança. Mais de 70% dos radares de tráfego aéreo hoje instalados no país são da companhia.

"Os projetos estruturais do Brasil na área de monitoramento de fronteiras marítimas, aéreas e terrestres colocam o país em uma liderança evidente em comparação com os países vizinhos da região", disse o vice-presidente Cesar Kuberek.

Segundo estimativa feita pela Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), os investimentos no setor de defesa no país devem movimentar negócios da ordem de US$ 120 bilhões nos próximos 20 anos. "Na área de transportes, onde a Thales também tem uma atuação forte, o governo brasileiro programou investimentos da ordem de 50 bilhões de euros", destacou o executivo.

O primeiro projeto da Thales nessa área no Brasil foi para o metrô de São Paulo, com o desenvolvimento do sistema de sinalização do monotrilho da nova linha 17. O projeto do trem de alta velocidade e a implantação de sistemas de pedágios em rodovias, segundo ele, também estão na lista de prioridades da Thales no mercado brasileiro.

No projeto do metrô de São Paulo, a Thales foi subcontratada pela CR Almeida e Andrade Gutierrez, que também é parceira da empresa em alguns projetos na área de defesa. A Thales e a AG disputaram juntas a licitação do Exército, vencida pela Embraer, para fazer a primeira etapa do Sisfron (Sistema de Monitoramento de Fronteiras), envolvendo uma área de 650 quilômetros.

Para o vice-presidente da Thales, o fato de a empresa não ter vencido a primeira etapa dessa licitação, não impede que ela participe de outros projetos no âmbito do Sisfron. O monitoramento das regiões de fronteira do Sisfron contempla uma área total de 17 mil quilômetros quadrados. Temos uma boa proposta técnica e de transferência de tecnologia para oferecer ao Exército", argumentou Kuberek.

O executivo conta que já forneceu para o Exército Brasileiro um sistema de comunicações multimídia para intercomunicação em campo de batalha digital. O sistema, batizado de Sotas, foi adquirido para equipar os veículos de combate do Exército, entre eles o Urutu, o Guarani e o M-113. A tecnologia foi desenvolvida no Brasil por meio da Omnisys, adquirida pela Thales em 2011.

A Omnisys se tornou um dos centros globais de Pesquisa e Desenvolvimento da Thales e, a partir dela, pretende colocar em práticas seus projetos de transferência de tecnologia de interesse do governo brasileiro.

O brasileiro Edgard Menezes, presidente da Omnisys, diz que desde a entrada da Thales na empresa, em 2005, seu faturamento expandiu, tendo fechado 2011 com uma receita total de R$ 80 milhões. "Em 2001, quando tínhamos apenas três funcionários, a nossa receita girava em torno de R$ 1 milhão. Hoje, temos 226 colaboradores", ressalta.

Outro exemplo de transferência de tecnologia importante para a Ominisys, segundo Menezes, é o radar de banda L, para controle de tráfego aéreo, que desenvolveu para o Brasil e já exportou para a China e outros países. Dos 30 radares já produzidos no Brasil, 12 foram exportados. O projeto de desenvolvimento contou com o apoio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e o investimento total foi da ordem de R$ 10 milhões.

Entre os projetos em andamento, a Thales destaca ainda o desenvolvimento do radar autodiretor do novo míssil brasileiro antinavio para a Marinha, que substituirá o atual míssil Exocet.

No segmento espacial, a Thales, uma das líderes no mundo, está de olho no projeto do primeiro satélite geoestacionário brasileiro, que será comprado de um fornecedor externo até 2014 e para o qual já existe uma verba de R$ 720 milhões. "A nossa expectativa é que o RFI (sigla em inglês para pedido de informações) seja enviado para as empresas ainda em setembro", comentou.

Na área de segurança, a Thales quer replicar no Brasil a experiência desenvolvida para a Cidade do México, com implantação de oito mil câmaras de segurança e cinco centros de controle policial, informou Julien Rousselet.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Eleição nos EUA ajuda as vendas da Taurus


O Estado de S. Paulo, 29 de agosto de 2012

Eleição nos EUA ajuda as vendas da Taurus

Vendas da fabricante gaúcha de armas subiram 16,5% na América do Norte no 1º semestre

FERNANDO SCHELLER - O Estado de S.Paulo

Nos últimos cinco anos, a fabricante gaúcha de armas Taurus cresceu, em média, 8% ao ano em seu principal mercado - a América do Norte, onde se concentram 55% de suas vendas. No primeiro semestre deste ano, no entanto, o ritmo de expansão dobrou, atingindo 16,5%. Tudo graças à eleição presidencial e à "ameaça" de reeleição de Barack Obama, que aparece tecnicamente empatado com o republicano Mitt Romney nas pesquisas.

Explica-se: todas as vezes que a eleição se aproxima, o cidadão americano aficionado em armas prefere se prevenir de uma possível restrição ao porte de armas a ser promovida por uma eventual nova administração democrata. "As vendas sobem muito", diz a diretora de relações com investidores da Taurus, Doris Wilhelm. A empresa gaúcha, que chegou ao país em 1983, onde mantém uma fábrica na Flórida, detém hoje 20% do mercado americano de armas para pessoas físicas. Seus produtos estão à venda até na rede varejista Walmart.

A Taurus faturou R$ 618 milhões no ano passado - desse total, cerca de 75% vêm da venda de armamentos. O restante tem origem no setor de metalurgia e plástico, no qual se destacam as vendas de capacetes para motociclistas. Para este ano, o objetivo da companhia é crescer 13%, chegando à receita de R$ 700 milhões - meta que pretendeatingir, em boa parte, graças à maior disposição do consumidor americano de buscar novidades em armas. O interesse vai da proteção pessoal às coleções, passando também pela caça.

Para manter a relevância nos Estados Unidos, conta Doris, a empresa investiu em lançamentos e também em marketing. Entre as novidades recentemente apresentadas no país estão uma pistola "slim", mais leve, que as mulheres podem carregar na bolsa. A empresa também tem uma nova garota-propaganda: Jessie Harrison Duff, vencedora do campeonato americano de tiro prático pelo time que leva o nome da empresa brasileira.

Em busca de novos nichos, a companhia adquiriu em abril último a Heritage, uma empresa de pequeno porte especializada na confecção de réplicas de armas usadas no Velho Oeste americano. "São iguais às usadas por Clint Eastwood nos filmes de faroeste - só que funcionam", explica a executiva da Taurus.

Brasil. O Brasil é o segundo mercado da Taurus. Concentra duas fábricas de armamentos - uma em Porto Alegre e outra em São Leopoldo (RS) - e responde por 41% das vendas (os 4% restantes vêm das exportações para um total de 70 países). Por aqui, no entanto, o posicionamento de mercado é bem diferente do americano. "É bem mais complicado conseguir o porte pessoal de armas no Brasil", diz Doris. "Além disso, a nossa cultura é diferente, não vemos o porte de armas como um direito essencial, como os americanos veem."

Por aqui, a expansão está concentrada especialmente nas áreas de segurança pública, que engloba os equipamentos para a polícia, as Forças Armadas e as empresas de segurança privada e de patrimônio. Com a expectativa de ser beneficiada por programas de governo que priorizam as empresas de armamentos de capital nacional, a Taurus está aumentando o leque de produtos, de olho em tendências para o mercado brasileiro.

A empresa, que já fabricava revólveres, pistolas e espingardas, lançou seu primeiro fuzil de asfalto, de olho nas necessidades do Exército, no mês passado. A companhia criou ainda uma versão "genérica" do fuzil AR-15. Agora, desenvolve soluções que podem ser usadas durante a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016: as armas não letais. Nessa linha, a Taurus desenvolveu lançadores de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, usadas para dispersar multidões.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sisfron: Governo poderá rever vitória da Embraer

Monitor Mercantil, 28 de agosto de 2012

Governo poderá rever vitória da Embraer

As coisas acontecem com muita rapidez na área de defesa. Informa a Embraer que o consórcio Tepro, formado por Savis Tecnologia e Sistemas S/A e OrbiSat Indústria e Aerolevantamento S/A, empresas controladas pela Embraer Defesa e Segurança, foi o único escolhido pelo Exército Brasileiro para a próxima fase do processo de seleção do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). A etapa seguinte será a negociação do contrato. Isso envolve proteção de quase 17 mil km de fronteiras, com 11 países vizinhos. Acrescenta a Embraer: "A Savis, empresa da Embraer Defesa e Segurança, foi criada de acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, visando a desenvolver a tecnologia no setor e com possibilidades de exportação".

Acrescenta que a Embraer atua na área há 40 anos e sua produção inclui aviões militares, tecnologias de radar de última geração, veículos aéreos não tripulados (vant) e sistemas avançados de informação e comunicação, como as aplicações de comando, controle, comunicações, computação e inteligência, vigilância e reconhecimento. Os aviões e as soluções militares da Embraer estão presentes em mais de 50 forças armadas de 48 países. Segundo fontes do setor, a licitação incluiu todas as grandes empreiteiras, que se organizaram, em parceria com gigantes nacionais e do exterior, de olho nos bilhões do Exército.

Analistas independentes destacam que uma das mais tradicionais empresas do setor, a Fundação Atech - que brilhou com o projeto Sivam, de vigilância da Amazônia - passou por mutação. Da tradicional Fundação Atech surgiu, da noite para o dia, a Atech S/A, recebendo, como prêmio, todos os contratos da Fundação Atech com a Aeronáutica sobre controle do tráfego aéreo que estavam em andamento. Em seguida, a Atech S/A foi vendida sem demora à Embraer. No entanto, como foi a Atech que fez o projeto básico para implantação do Sisfron, deveria, pelas leis em vigor, ser proibida de participar das licitações seguintes. A lei é sábia, pois procura impedir que quem fez o projeto básico compita com os demais concorrentes.

A esta coluna, afirma fonte do setor: "A Atech S/A não poderia participar do certame em andamento, nem a Embraer, nem qualquer organização que tenha as pessoas em seus quadros proprietários e dirigentes relacionadas com a empresa que fez o projeto básico do Sisfron". Daí, a Embraer criou, sem muito alarde, uma nova empresa, a Savis, para competir no Sisfron, em consórcio com a Orbisat, que é a empresa que industrializou um radar desenvolvido pelo Exército. Não se sabe qual a qualificação exata da novata Savis.

Acrescentam técnicos que o grupo Embraer - Orbisat, Savis e Atech - usou para valer o fato de ter feito o projeto básico. Ganhou nota nove na concorrência, enquanto os outros pesos-pesados ficaram abaixo de seis. Por isso, não será surpresa se concorrentes pedirem que ocorra algo parecido com a CBF, que acaba de trocar o diretor de seu departamento de árbitros. Pode ser que, com base na lei de concorrências, a velha 8.666/93, tudo volte atrás.

 

Projetos do Exército e Marinha atraem novatas

Jornal Valor Econômico, 28 de agosto de 2012.

Projetos do Exército e Marinha atraem novatas

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José dos Campos

Interessadas em participar mais ativamente do processo de expansão do setor de defesa, empresas até então pouco conhecidas começam a se destacar no mercado nacional. O Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.), por exemplo, formou recentemente uma parceria com a inglesa General Dynamics para participar da licitação do Exército Brasileiro, no projeto piloto do Sistema de Monitoramento de Fronteiras (Sifron), etapa avaliada em R$ 1 bilhão e vencida pela Embraer.

"A nossa expertise está na parte de integração lógica de sistemas, onde a área de tecnologia da informação e de comunicação são essenciais para o monitoramento de fronteiras", disse o diretor do C.E.S.A.R, Eduardo Peixoto. Se não houver essa integração, diz ele, os sistemas atuam de forma isolada e pouco eficiente.

A aproximação com os ingleses, segundo ele, foi importante porque o instituto precisava de um parceiro com experiência prévia em gestão de projetos complexos e integração de sistemas. Peixoto destaca o fato de a General Dynamic estar entre as dez maiores do mundo na área de defesa.

A primeira experiência do instituto com a área de defesa aconteceu no ano passado, ao vencer uma licitação internacional para fazer a concepção dos sistemas de informação do projeto Brigada Braço Forte, também a cargo do Exército. O contrato, segundo Peixoto, está avaliado em US$ 15 milhões.
Peixoto explica que o Brigada Braço Forte está sendo concebido com o objetivo de preparar os militares para atuar na segurança de grandes eventos esportivos e em situações de calamidade pública. "Há mais de dois anos vínhamos trocando ideias com o Exército nas áreas de segurança cibernética e antivírus, onde a inteligência de TI é necessária", comentou.

O C.E.S.A.R, segundo o executivo, desenvolveu o projeto básico e o executivo do Braço Forte, envolvendo a concepção dos sistemas, características e desempenho dos equipamentos e como eles deverão ser interligados para o desenvolvimento do sistema. "Devemos entregar nosso trabalho entre outubro e novembro. Haverá ainda uma segunda etapa neste projeto, para definir a empresa integradora dos sistemas", comentou.

Centro privado de tecnologia e inovação sem fins lucrativos, o C.E.S.A.R foi criado há 15 anos e se tornou um dos principais articuladores do cluster de tecnologias a informação e comunicação no Estado de Pernambuco. Em 2011 faturou R$ 60 milhões, dos quais a área de defesa respondeu por 20%. A receita, segundo Peixoto, foi revertida na criação de outras empresas e no desenvolvimento de tecnologias dentro do próprio instituto.

Outra empresa que vem se destacando nessa nova etapa da indústria de defesa é a Jaraguá Equipamentos Industriais, responsável pelo projeto e construção da nova torre de lançamento do foguete brasileiro VLS, em Alcântara (MA), que enxerga no mercado de defesa a possibilidade de elevar o seu nível tecnológico e equilibrar sua receita.

Cerca de 85% do faturamento de R$ 1,2 bilhão registrado em 2011, segundo o diretor de engenharia e desenvolvimento, Oswaldo Luiz Guimarães, veio da área de óleo e gás e a Petrobras é a principal cliente. "A tecnologia de defesa é dual e poderemos aplicar esse conhecimento na área do pré-sal, por exemplo, onde existem grandes desafios tecnológicos a serem superados pelas empresas brasileiras."

A empresa acaba de assinar um memorando de entendimento com a italiana Oto Melara para formação de uma joint-venture para o desenvolvimento conjunto de canhões de uso naval e terrestre. A Jaraguá, de acordo com Guimarães, terá 66% de participação na empresa, chamada Jaraguá Oto Melara Defesa e Segurança.

A nova empresa, segundo Guimarães, também já está de olho na concorrência da Marinha Brasileira para o fornecimento de onze navios de superfície, conhecido como Programa de Obtenção de Meios de Superfície (Prosuper), avaliado em € 3 bilhões.

"Queremos fornecer parte dos canhões que vão equipar esses navios, produzindo no Brasil", disse Guimarães. O objetivo é transformar o Brasil em um centro de excelência para exportação de canhões navais de 40, 76 e 105 milímetros e uma referência para a modernização dos equipamentos já existentes nas marinhas da América Latina, que utilizam os produtos da Oto Melara.

Além dos produtos da Oto, diz o executivo, a Jaraguá vai investir no desenvolvimento de novos tipos de canhões para o Exército Brasileiro. "Eles (Exército) têm uma necessidade específica de canhões de fácil manuseio e transporte em áreas da fronteira norte do país, onde o acesso é difícil e os equipamentos precisam ser transportados em embarcações rústicas, feitas de tronco de árvore", comentou.

A Jaraguá fornece ainda tecnologia e equipamentos que usam combustível de foguete. Na área nuclear, a empresa participa do projeto do submarino brasileiro, como subcontratada da Odebrecht. "Produzimos, principalmente, o trocador e o vaso de contenção do reator nuclear do submarino brasileiro", explicou.

Voar é estratégico para o desenvolvimento

 Jornal Valor Econômico, 28 de agosto de 2012

Voar é estratégico para o desenvolvimento

Por Eduardo Sanovicz 
 
Falar de transporte aéreo no Brasil hoje significa dizer que o avião se transformou em um grande meio de transporte de massa e, por consequência, um grande empregador direto e indireto, com aproximadamente 984 mil trabalhadores, e fundamental para o crescimento econômico. O setor contribui com cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo recente estudo da International Air Transport Association (Iata), feito em parceria com a Oxford Economics. Voar, portanto, é integrar o país e estratégico para o seu desenvolvimento.
 
No ano passado, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 86 milhões de passageiros usaram o modal aéreo como meio de transporte, 70% mais consumidores do que cinco anos antes e mais do que o dobro em uma década. Seu crescimento foi tão expressivo que, desde 2010, mais brasileiros embarcam a partir de aeroportos do que de estações rodoviárias - cerca de 67 milhões em viagens interestaduais em 2010, número em queda nos últimos anos, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Números da Iata mostram que o Brasil, hoje, já tem o quarto maior mercado aéreo doméstico, menor apenas que Estados Unidos, China e Japão, cenário que era previsto apenas para 2014. Tal crescimento se dá por inúmeras razões e, vale frisar, é amplamente inclusivo. Além do aumento da renda do brasileiro, outros fatores vêm permitindo que mais pessoas passem a se deslocar de avião: preços menores, acesso direto a canais de venda, viagem mais rápida, melhores condições de pagamento, maior oferta de voos, e programas de milhagem, entre outros.


Face não menos importante do transporte aéreo é seu papel na distribuição de produtos de alto valor agregado e tecnológico e baixo peso. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a corrente de comércio brasileira em 2011 chegou a US$ 482,2 bilhões, sendo que 10,5% desse valor foi transportado por via aérea.

Ao mesmo tempo, são muitos os desafios que as companhias aéreas - e o setor, de um modo geral - enfrentam para sustentar e ampliar esse quadro, seja no transporte de pessoas ou de cargas. A revisão do cálculo do preço do querosene em nosso país, para reduzir os custos do setor, é tema hoje fundamental, visto que ele chega a impactar em até 40% no valor da passagem. Cálculos do Iata mostram que no Brasil o preço dos combustíveis são, em média, 12% maiores que na América Latina e 17% superiores quando comparados à média global.

Outras questões, urgentes de discussão, são a desoneração fiscal das empresas aéreas por meio da redução dos encargos sobre folha de pessoal; a política de tarifação aeroportuária e aeronáutica; a revisão da política alfandegária no que se refere à importação e exportação de equipamentos e serviços-reparos aeronáuticos (custos e procedimentos).

Por fim, mesmo com o aumento extraordinário no número de passageiros nos últimos anos, apenas 130 cidades recebem voos regulares, segundo dados da Anac. Entretanto, 79% da população brasileira mora hoje a menos de 100 quilômetros de distância de um dos 129 aeroportos com oferta de voos comerciais. Conta com nosso apoio a iniciativa do governo federal de ampliar o número de aeroportos e também de cidades atendidas pela aviação civil regular.

O crescimento no volume de passageiros também passa pelo barateamento dos bilhetes aéreos que ocorreu nos últimos dez anos, quando os preços caíram pela metade. Ainda assim, nosso país está na terceira posição, entre outros 139, no que diz respeito a impostos de ingressos e taxas aeroportuárias, segundo as estatísticas do Fórum Econômico Mundial 2011 e o Relatório de Competitividade do Turismo.

Uma das consequências é que o brasileiro faz cerca de 0,31 viagem aérea por ano, número abaixo de outros países com características semelhantes, como o México. Para que alcancemos patamares superiores, é preciso obter condições para que o sistema aéreo como um todo seja mais competitivo, além de ampliado e modernizado.

Nosso grande compromisso é com quem viaja de avião. Entendemos que ganhos em escala garantem, na ponta, passagens e serviços mais baratos, beneficiando sobremaneira o consumidor.
Tais medidas, se discutidas e implementadas, terão reflexo imediato no desenvolvimento do setor aéreo e da atividade econômica de maneira geral, contribuindo de forma direta para a geração de novos empregos e renda. Irão possibilitar, também, que se mantenha o ritmo de inclusão dos novos consumidores no modal aéreo, o que é fundamental para um país continental como o Brasil, onde esse tipo de transporte pode encurtar distâncias.

Além de passageiros e cargas, é graças à aviação que muitas vidas são salvas. De acordo com o Ministério da Saúde, só neste ano já foram transportados gratuitamente pelas empresas aéreas brasileiras mais de 2.880 órgãos, fato pouco divulgado, mas de extrema importância para milhares de brasileiros.
É neste cenário que nasce a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), formada pelas cinco maiores companhias brasileiras: Avianca, Azul, Gol, TAM e Trip. Com a experiência de cinco empresas que empregam mais de 57 mil pessoas, dispõem de mais de 450 aeronaves e fazem cerca de 2.700 voos diários, a associação buscará contribuir para modernizar o setor aéreo brasileiro, em permanente diálogo com o poder público, a iniciativa privada, entidades de classe e o público consumidor.

Somadas, Avianca, Azul, Gol, TAM e Trip representam a quase totalidade da oferta de voos no Brasil. Juntas, elas se transformam agora em ator importante na discussão de medidas que de fato tornem o Brasil um player relevante no mercado aéreo mundial.

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, foi presidente da Embratur, responsável pela implantação do Plano Aquarela e pela criação da Marca Brasil.