Em Natal (RN) mais de 280 militares de 12 países farão parte
do exercício
Natal (RN), 08/11/2012 – Até o dia 16 de novembro, a Base
Aérea de Natal recebe 280 militares de 12 países para o maior exercício de
guerra aérea simulada da América Latina, a CRUZEX C2 2012. No mundo virtual,
isso significa que, nas duas próximas semanas, a área entre Natal e Fortaleza
(CE) será uma arena de combate com tudo o que uma guerra envolve, como aviões
de combate, cercos, refugiados e até ameaça nuclear.
No entanto, as ações acontecerão só na tela do computador.
Neste ano a CRUZEX não irá empregar nenhuma aeronave de forma real. O objetivo
agora é focar o exercício no Comando e Controle - daí a sigla C2 -, isto é,
treinar os comandantes nas tomadas de decisão necessárias em situações de
conflito. Além dos brasileiros, militares da Argentina, Canadá, Chile, Equador,
Estados Unidos, França, Reino Unido, Peru, Suécia, Uruguai e Venezuela vão
pensar, planejar e discutir missões como se estivessem em uma coalizão do
modelo empregado Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em conflitos
internacionais.
Esta será a CRUZEX com a maior quantidade de países
participantes. Canadá, Reino Unido e Suécia estarão no exercício pela primeira
vez. “A CRUZEX coloca o Brasil numa posição de liderança militar na América do
Sul. Na prática, a vinda da forças aéreas estrangeiras é uma prova do
profissionalismo observado desde as últimas edições da CRUZEX. Além disso, é
uma importante oportunidade de compartilhar conhecimentos entre os participantes”,
afirma o major brigadeiro Antônio Carlos Egito, diretor do exercício.
Treinamento para comandantes
Esta é a sexta edição. A primeira aconteceu em 2002, na
região Sul e a terceira, em 2006, no Centro-Oeste. Natal foi sede da CRUZEX em
2004, 2008 e 2010. Todas as edições anteriores tiveram participação de
aeronaves brasileiras e estrangeiras. A previsão é de que posteriormente a FAB
organize um outro exercício voltado para o treinamento dos pilotos, com a
presença dos aviões de caça. A ideia é seguir o modelo empregado por outros
países, como os Estados Unidos, que realiza a “Red Flag”, com aeronaves, e a
“Blue Flag”, exclusivamente de Comando e Controle.
Ao contrário do que pode parecer, no entanto, esse novo
modelo de CRUZEX, sem participação de aeronaves e totalmente simulada,
proporciona melhores condições de treinamento. “No modelo virtual não há limite
de meios. Ou seja, é possível colocar um número praticamente ilimitado de
aeronaves voando. Isso torna o exercício muito mais flexível, trazendo novos
desafios para as equipes de C2”, explica o brigadeiro Egito. As ações de
comando envolvem desde a inteligência até a escolha de alvos e armamentos de
acordo com necessidades estratégicas e regras do Direito Internacional de
Conflitos Armados.
A guerra aérea simulada acontece a partir de um conflito
fictício envolvendo a invasão do país Amarelo por tropas do país Vermelho e a
posterior intervenção de uma coalizão liderada pelo país Azul. As forças aéreas
aliadas têm que operar de forma coordenada, como em missões autorizadas pelas
Nações Unidas. Desde as reuniões de planejamento até a discussão dos resultados
de cada missão, a CRUZEX é conduzida de acordo com procedimentos adotados pela
OTAN. O cenário criado é muito parecido com conflitos recentes, como os que
aconteceram nos Balcãs, Oriente Médio e Líbia, que contaram com participações
dos Estados Unidos, França, Canadá e Suécia, países que agora treinam lado a
lado com o Brasil e nações da América do Sul.
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