Chamadas de "Guardiães do Pré-Sal", aeronaves de
patrulha P-3AM deixaram a sede em Salvador e operam a partir da Base Aérea de
Florianópolis (BAFL), durante a Operação Atlântico III, que reúne a Marinha, o
Exército e a Força Aérea Brasileira (FAB) na área marítima entre as regiões Sul
e Sudeste do país, que integram a Amazônia Azul.
É a primeira vez que as aeronaves de patrulha marítima P-3AM
participam de uma operação coordenada pelo Ministério da Defesa. “Exercícios
militares como esse se traduzem em um importante ganho operacional para as
nossas tripulações”, afirma o Comandante da Força Aérea Componente 106 (FAC
-106), Major-Brigadeiro Carlos Eurico Peclat dos Santos, responsável pelo
emprego de todos os meios aéreos no treinamento.
A Operação iniciada nesta segunda-feira (19/11), mobiliza 10
mil militares que aprimoram técnicas e doutrinas de forma conjunta para a
defesa dos recursos do mar e das estruturas estratégicas do Brasil como portos,
refinarias e usinas hidrelétricas. Até o fim do mês, as três Forças vão
realizar manobras que incluem controle de tráfego marítimo e aéreo, patrulha
marítima, missões de interceptação, transporte aéreo logístico e defesa
antiaérea.
Além do quadrimotor P-3AM, a Força Aérea Brasileira
disponibiliza ainda aeronaves de ataque, de patrulha, de transporte e
helicópteros. A Marinha emprega navios escolta, navios de apoio, submarinos,
navios-patrulha e helicópteros. O Exército participa da operação com viaturas
de transporte, blindados e ambulâncias.
O comando da Operação Atlântico está a cargo do
Almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld, Comandante de Operações
Navais, que terá o apoio de um Estado-Maior Conjunto, sediado no Rio de
Janeiro.
Além das atividades militares, serão realizadas Ações
Cívico-Sociais (ACISO) na área do exercício. Comunidades locais receberão
atendimentos médicos e odontológicos realizados por profissionais militares de
saúde.
SAIBA MAIS SOBRE O P-3AM
O P-3AM Orion devolveu há cerca de um ano à Força Aérea
Brasileira a capacidade de detectar, localizar, identificar e, se necessário,
afundar submarinos. É o que o jargão militar chama de guerra antissubmarina
(ASW, na sigla em inglês).
Além da capacidade ASW, o P-3AM também carrega armamentos
como os mísseis Harpoon, capazes de afundar navios de guerra além do alcance
visual. Com quatro motores, a aeronave tem grande autonomia, podendo permanecer
em voo durante 16 horas - isso equivale a uma viagem de Recife a Madri sem
escalas. Os sensores eletrônicos embarcados na aeronave são os mais modernos
que existem. Tudo isso confere ao P-3AM a capacidade estratégica de vigilância
marítima de longo alcance.
Soberania - A Petrobrás estima que a camada do
pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás
e óleo. Toda essa riqueza encontra-se no Oceano Atlântico, na zona econômica
exclusiva (ZEE) brasileira. O P-3AM esta envolvida na vigilância dessa área.
Além do patrulhamento dessa área estratégica, o P-3AM
assumiu um papel determinante nas missões de busca e salvamento. Por força da
Convenção de Chicago, assinada com a Organização de Aviação Civil Internacional
(OACI), o Brasil é responsável pela busca e salvamento de aeronaves e navios
numa área de mais de 6 milhões de km² (praticamente todo o Atlântico Sul).
Os P-3AM da FAB equipam o Esquadrão Orungam (1º/7º GAV) que
opera na Base Aérea de Salvador, uma unidade histórica para a Aviação de
Patrulha brasileira.
A aeronave também ajuda na defesa do meio ambiente,
identificando os responsáveis pelo derramamento de óleo, tanto acidentais
quanto provocados. Algumas embarcações que transportam petróleo costumam lavar
os tanques com a água do mar. Essa prática criminosa deixa uma mancha de óleo
que polui e afeta a vida marinha. Os sensores do P-3AM conseguem identificar os
rastros na superfície do mar e, desta forma, rastrear a embarcação, mesmo
muitas horas depois da abertura dos tanques. O P-3AM pode fotografar o navio
infrator e encaminhar as fotos com um relatório para as autoridades ambientais,
que com as provas poderão aplicar multas.
FAB, 20 de novembro de 2012
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