domingo, 30 de setembro de 2012

Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) irá dobrar o número de alunos da graduação




Em entrevista à Revista Aerovisão, o reitor do ITA explica quais são os planos de ampliação e qual será o futuro do ensino de engenharia na instituição
 




Nos anos 50, o Brasil descobriu que precisava de um centro de pesquisa, de uma universidade de ponta e de uma indústria aeronáutica para que pudesse dar um dos mais importantes saltos tecnológicos de sua história. Dessa combinação planejada pela Força Aérea Brasileira, nasceram os primeiros aviões brasileiros, projetos de foguetes para o programa espacial, novos satélites e uma história que começa a ser reescrita para revolucionar novamente o futuro do país

Quase seis mil engenheiros passaram pelas cadeiras da graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) nas últimas seis décadas. Saíram de lá os principais cérebros da área de aeronáutica, defesa e espaço, além de empresários e dirigentes de grandes empresas. Neste momento, uma nova reformulação está em curso no ITA e o que está para mudar deve influenciar profundamente o futuro brasileiro em tecnologias sensíveis e imprescindíveis para o crescimento do país.

Nos próximos cinco anos, o ITA irá ampliar sua estrutura de laboratórios, salas de aula e biblioteca, contratar mais professores, dobrar o número de alunos da graduação, criar um centro de inovação inédito com a participação da indústria para incentivar a pesquisa de ponta e ampliar os projetos de intercâmbio com o Massachussets Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, por coincidência, a mesma escola de engenharia que inspirou a criação do ITA e que participou desse processo ativamente nos anos 50 aqui no Brasil. O investimento inicial previsto é de R$ 300 milhões.

“Estamos completamente entusiasmados com as possibilidades que o Brasil tem para as próximas décadas e com o desafio que vemos pela frente. Para meninos brilhantes, esses desafios técnicos, tecnológicos, de engenharia, são um convite para embarcar nessa viagem de enormes desafios e possibilidades”, afirma o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, 55, da turma de 1979 de engenharia eletrônica da instituição, que agora comanda e é responsável pelo pacote de reformulações que estão na pauta do dia para mudar, como explica, o ensino de engenharia.

A palavra base desse novo projeto é “desafio”. O ITA espera captar parceiros e problemas estratégicos para envolver professores e alunos na busca de novas soluções, em um processo de construção de aprendizado consagrado no mundo: aprender pela curiosidade, aprender fazendo. Mas isso não representa perder de vista a tradição teórica conquistada pelo ITA, segundo o próprio reitor.

No ano passado, 9,3 mil jovens disputaram uma das 120 vagas de engenharia oferecidas pelo ITA, nas seis áreas oferecidas: aeronáutica, civil, computação, mecânica, eletrônica e aeroespacial. Dos que fizeram o vestibular, apenas 7% foram aprovados (cerca de 500 candidatos). Com a ampliação prevista, o número de alunos matriculados irá dobrar, uma novidade que pode ajudar a amenizar o déficit de profissionais engenheiros no país.


Fonte: Agência Força Aérea, 27 de setembro de 2012.

Para ler a entrevista completa, acesse a Revista Aerovisão nº. 234, Out/Nov/Dez 2012

FAB vai empregar VANT na vigilância de fronteiras





A Força Aérea Brasileira (FAB) treina para utilizar Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) em operações de guerra, mas seus aviões-robô RQ-450 também são valiosos para tempos de paz, como na vigilância de fronteiras, auxílio em situações de calamidade e ações de segurança. A informação é do Brigadeiro Maximo Ballatore Holland, do Estado Maior da Aeronáutica. "Além da aplicação militar propriamente dita, algumas das características inerentes ao poder aeroespacial podem ser exploradas nas aplicações civis", afirma.

O último teste dos VANT da FAB aconteceu durante a Rio+20, quando o avião sem piloto transmitia imagens ao vivo para a central de operações que cuidava da segurança do Rio de Janeiro. O cenário da estreia operacional dos RQ-450, no entanto, foi na longínqua fronteira do Brasil com a Colômbia. Ali, durante a Operação Ágata 1, em agosto de 2011, um VANT monitorou pistas de pouso clandestinas que pouco depois foram bombardeadas por aviões de caça.

De acordo com o Brigadeiro Ballatore, como os aviões-robô são capazes de transmitir ao vivo imagens das áreas de interesse, é possível ter uma nova dinâmica nas ações de comando, que permite um ganho maior de dados de inteligência e uma tomada de ações mais rápida. "O ciclo de decisão é reduzido, tornando-se um ponto. Podemos visualizar e tomar decisões ao mesmo tempo", explica.

Em operações como a Ágata, quando além das Forças Armadas participam órgãos de segurança pública e organizações como o Ibama e a Receita Federal, a Força Aérea pode fornecer informações de acordo com a demanda de cada um deles. As imagens transmitidas por enlaces digitais são obtidas em cores ou em preto e branco, quando é usado o modo infravermelho que permite identificar pessoas à noite ou sob as copas das árvores, por exemplo. Além disso, os novos VANT têm sistemas de comunicações aperfeiçoados, designador laser e são equipados com um radar de última geração que identifica alvos moveis no solo, através da função denominada MTI (moving target inidicator). Um radar deste tipo equipará o futuro avião de transporte da EMBRAER, o KC-390.

Por outro lado, quem está no solo tem dificuldades para enxergar o RQ-450 em voo. Com 10,5 metros de distância entre as pontas das asas e 6,1m de comprimento, a aeronave é pintada em cores claras e pode voar em altitudes de até 5.500 metros. Seu ruído é bastante difícil de se ouvir do chão. Cada voo pode durar até 16 horas, o suficiente para, se necessário, uma dupla de aeronaves manter a vigilância de uma determinada área de interesse de forma ininterrupta.

Doutrina

As duas primeiras unidades recebidas pela FAB estão alocadas no Esquadrão Hórus, da Base Aérea de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. Criado em 2011, a unidade já voou mais de 600 horas com seus RQ-450, em treinamentos que têm como objetivo não apenas dominar a máquina, mas fazer o que os militares chamam de "desenvolvimento de doutrina". Isto é: não basta ter a aeronave no ar, é preciso saber como executar os voos. O Brigadeiro Ballatore lembra ainda que a análise dos dados é outro desafio. "Também é necessário ter a capacidade de processamento das informações, o que não é simples",diz.

Uma das medidas já adotadas no Esquadrão Hórus foi a definição de que somente aviadores podem ter o controle dessas aeronaves. Apesar de não levar tripulantes a bordo, o RQ-450 é comandado por uma dupla de militares que permanecem em uma cabine de controle no solo. Por este motivo, a Força Aérea designa o avião-robô como uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP). De fato, um mouse substitui o manche, mas o controle permanece nas mãos de oficiais com experiência de voo, conhecimento das áreas de operação e familiaridade com as regras de controle do espaço aéreo. É estreita a coordenação da unidade aérea operadora dos ARP com os órgãos de controle, subordinados ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o que garante a segurança dos voos.

Investimento de 48 milhões

O contrato de aquisição assinado com a empresa Aeroeletrônica, subsidiária da israelense Elbit, foi assinado em 21 de dezembro de 2010 e incluiu os dois RQ-450, uma estação de solo, sensores e a logística inicial associada. O investimento foi de R$ 48.174.836,00. De acordo com a Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), o projeto inclui ainda importante nacionalização de itens, além das desejadas transferência de tecnologia e compensações comerciais (off-set).

O planejamento da COPAC, no entanto, vai além dessa primeira dupla de VANT. Considerados de pequeno porte frente aos modelos já desenvolvidos em outros países, a ideia é utilizá-los para o desenvolvimento de doutrina e daí partir para iniciativas mais audaciosas, como um VANT projetado no Brasil.

No horizonte do planejamento da Força Aérea está o emprego de armas em aviões deste porte e até a transmissão de dados dos VANT para qualquer ponto do país com o uso de satélites também de fabricação nacional.


Fonte: Agência Força Aérea, 28 de setembro de 2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

TAM vai reduzir oferta em 7% em 2013



Valor, 28 de setembro de 2012
 Por Alberto Komatsu e Cynthia Malta / De São Paulo


A TAM Linhas Aéreas vai reduzir a oferta de assentos nos voos domésticos em 7%, em 2013, disse ontem ao Valor o presidente-executivo da companhia e presidente da holding TAM S.A., Marco Antonio Bologna. Segundo ele, só há perspectiva de crescimento de frota doméstica a partir de 2014.

"O setor teve, a partir de 2009, um grande crescimento de oferta. Como a economia não está crescendo da forma esperada, estamos vivendo um excesso de capacidade. Olhando para esse cenário, ele nos leva a uma mudança de planejamento, redução de capacidade", disse Bologna.

Com essa redução, a TAM intensifica a estratégia iniciada neste ano, de cortar a capacidade em até 2%. O objetivo é aumentar a rentabilidade, diante de um cenário de desaceleração do crescimento econômico e aumento dos custos da aviação.

Nos voos internacionais, porém, a TAM vai investir o equivalente a US$ 960 milhões para trazer quatro aviões da Boeing, modelo 777.

A frota de aviões em operação no país será reduzida dos atuais 114 para 109, ano que vem. São cinco a menos, mas a companhia vai aumentar a quantidade de aeronaves de reserva de um para três. A ideia é ter mais flexibilidade para fazer manutenção e garantir índices de pontualidade e regularidade dos voos domésticos, caso haja algum problema em um voo, por exemplo.

Bologna conta que uma soma de projeções para 2013 levou a TAM a tomar a decisão de fazer essa "significativa" redução de oferta. O executivo cita a perspectiva de manutenção do dólar no patamar de R$ 2, o preço do barril do petróleo entre US$ 130 e US$ 135, e a projeção de crescimento do PIB entre 3% e 4%. Para ele, a demanda doméstica, em 2013, deverá crescer até 8,5%. Neste ano, a projeção máxima é de 9%. "Mas está mais para 7%".

A vice-presidente da unidade de negócios domésticos, Claudia Sender, diz que a média diária de utilização dos aviões da TAM também será reduzida. Atualmente, cada avião da companhia voa, em média, 13 horas por dia. No primeiro semestre do ano que vem o objetivo é alcançar 12 horas e 15 minutos. No segundo semestre, historicamente de maior demanda para a aviação, 12 horas e 45 minutos.

A quantidade de voos diários da TAM também será reduzida, mas o número exato ainda não foi definido. A empresa opera atualmente em torno de 800 frequências diárias. "Continuaremos operando em 42 aeroportos. Vamos mexer nos itinerários, nas frequências", afirmou Bologna.

Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que há excesso de oferta no mercado doméstico. Em agosto e julho, a oferta, em números absolutos, mostrou o maior nível desde 2000. Foram 10 bilhões e 10,3 bilhões, respectivamente, de assentos ofertados por quilômetro voado.

"O Brasil teve a forma mais cara de crescer para a indústria aérea, por meio de capacidade. Todo mundo estimulou a demanda por meio de capacidade. Foi a mesma história na Europa e nos Estados Unidos", disse Claudia. para ela, as aéreas brasileiras estavam se contentando com uma taxa de ocupação de voos na casa dos 70%, quando esta deveria ser de 80%.

De janeiro a agosto, a capacidade das aéreas brasileiras acumula 80,5 bilhões de assentos ofertados por quilômetro voado, mais do que toda a oferta registrada no ano de 2008, de 75 bilhões.

Questionado sobre possível redução de pessoal, Bologna disse que "alguns ajustes deverão acontecer, mas não sabemos quantificar isso agora. Estamos no meio de uma planejamento orçamentário. Nosso objetivo é sempre manter o pessoal". Ele acrescenta que a TAM tem um "turnover" parecido com o do setor, de 12% a 15% no ano. No total, a TAM emprega cerca de 30 mil pessoas, sendo 8,6 mil pilotos e comissários.

"A gente vem nessa tendência de tentar crescer com aumento de ocupação, enquanto as companhias mais novas ganham participação de mercado, mas na tendência oposta, com perda de taxa de ocupação. É um crescimento caro, com custo estrutural", diz Claudia. "É destruição de capital, pois avião tem um custo muito caro", acrescentou Bologna.

Além da redução de oferta, a TAM colocou em compasso de espera o plano de expansão da TAM Viagens, atualmente com 180 lojas no país. A ideia inicial era ter até 300 estabelecimentos, mas Bologna conta que esse número vai parar em 200, em 2013: "Vamos dar uma respirada".

Bologna disse ainda que a TAM estuda adquirir uma fatia majoritária na Absa, filial da LAN Cargo no Brasil. Segundo ele, 20% do capital votante da Absa é da LAN e 80% da Jochmann Participações. "A TAM não está sendo 'chilenizada'. Somos uma concessão pública. Somos auditados, fiscalizados. Com a visibilidade que a TAM tem, é impossível a gente fazer algo irregular", respondeu, ao ser questionado se a integração com a chilena LAN para a criação da Latam estava levando a um predomínio de executivos chilenos na TAM.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Helibras inaugurará nova linha produção de helicópteros



A nova fábrica se destinará à montagem dos novos helicópteros militares EC725, que serão vendidos à Força Aérea do Brasil, além do modelo AS350 Esquilo

Helibras: Metade das peças do novo helicóptero militar será fabricada no Brasil e o restante, na França, nas instalações da Eurocopter

Rio de Janeiro - A brasileira Helibras, filial da fabricante Eurocopter, inaugurará uma nova linha de produção de helicópteros militares no próximo dia 2 de outubro, informou nesta terça-feira a empresa.

A inauguração do novo hangar da fábrica, na cidade de Itajubá, em Minas Gerais, contará com a presença de autoridades locais e do executivo-chefe da Eurocopter, Lutz Bertling, segundo um comunicado.

A nova fábrica se destinará à montagem dos novos helicópteros militares EC725, que serão vendidos à Força Aérea do Brasil, além do modelo AS350 Esquilo.

Metade das peças do novo helicóptero militar será fabricada no Brasil e o restante, na França, nas instalações da Eurocopter.

As Forças Armadas brasileiras compraram 50 unidades do EC725 por US$ 2,45 bilhões, segundo um contrato assinado em 2008.

O investimento no novo hangar chegou a US$ 208 milhões e incluiu a construção de um banco de testes, um simulador de voo e instalações auxiliares.

Quando o contrato foi assinado, em 2008, a fábrica da Helibras tinha 300 trabalhadores; hoje o quadro de funcionários já foi ampliado para 700 pessoas e chegará a cerca de mil em 2017.

A Helibras também prevê produzir a versão civil do EC725, que se chamará EC225 e servirá para operações de transporte de equipes a plataformas petrolíferas em alto mar.
 

Fonte: Exame.com, 25 de setembro de 2012 (EFE)