País vai fornecer equipamento militar aos vizinhos da
fronteira norte; Ministro Amorim foi ontem a Georgetown
12 de setembro de 2012
ROBERTO GODOY - O Estado de S.Paulo
A estrutura da Defesa da Guiana e do Suriname, os dois
menores países da fronteira norte do Brasil, será modernizada com o suporte da
indústria e das organizações militares do País. Ontem, o ministro da Defesa,
Celso Amorim, esteve em Georgetown, a capital da Guiana, com o presidente,
Donald Ramotar, e o secretário de Defesa, Roger Luncheon. Na pauta, a
necessidade de aumentar a vigilância da fronteira. Mais tarde, com a ministra
de Relações Exteriores, Carolyn Rodrigues-Birkett, foi discutida a preocupação
de ambos os governos com o crescente número de garimpeiros clandestinos,
"cerca de 35 mil na região", conforme o porta-voz, Edmond Blond.
Há mais que isso. As Forças de Defesa da Guiana têm 1.100
militares - 900 homens e mulheres no Exército, 100 na Aeronáutica e 100 na
Marinha; Guarda Costeira e Patrulha Fluvial, basicamente. A população total é
estimada em 800 mil pessoas.
A tropa já usa equipamento do Brasil. São 6 velhos Cascavel
armados com canhão de 90 mm, e 11 blindados Urutu, de transporte anfíbi0. Para
melhorar a segurança da divisa com o Brasil, será necessário criar ao menos um
esquadrão aéreo de ataque leve, dotad0 dos turboélices Super Tucano, da
Embraer.
Além disso, o intercâmbio de oficiais nos centros militares
de formação e especialização brasileiros está em negociação.
A Guiana tem uma certa preocupação com a Venezuela, que
mantém em aberto uma pendência territorial na tríplice fronteira com o Brasil.
A FAB construiu uma pista a 6,5 quilômetros dos territórios dos dois vizinhos.
Amorim chega hoje de manhã a Paramaribo, capital do
Suriname. Há sete meses, o ministro da Defesa surinamês, Lamouré Latour, esteve
com o colega brasileiro na fábrica da Embraer, em São José dos Campos (SP). Na
agenda, a aquisição de dois a quatro Super Tucanos. navios-patrulha leves, de
500 toneladas, e a revitalização da frota de blindados fornecidos pelo Brasil
em 1983. "De quebra, gostaria de ter acesso aos dados captad0s pelo
Sistema de Proteção da Amazônia", disse o presidente Dési Bouterse. Aí,
acreditam especialistas, há um problema. O DEA, principal agência americana de
repressão ao narcotráfico, qualifica o país de 487 mil habitantes e 1.840
soldados como importante conexão das rotas internacionais de circulação de
cocaína.
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