Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte
O potencial de negócios do pré-sal continua atraindo as
empresas de Minas Gerais. A Georadar, especializada em pesquisas sísmicas, uma
das primeiras etapas da prospecção de petróleo, acredita que tem espaço para
crescer também no mar.
Sediada em Nova Lima, vizinha a Belo Horizonte, a Georadar é
líder no Brasil em pesquisas sísmicas de petróleo "onshore", mas seus
executivos acreditam que o desafio está no mar. Uma das empresas do grupo, a
Geonavegação foi selecionada para receber R$ 730 milhões do Fundo da Marinha
Mercante (FMM) para construção de sete embarcações de apoio às plataformas de
petróleo e gás em alto mar. Cada navio deve até dois anos para ficar pronto.
A avaliação do grupo Georadar é que há uma forte demanda por
serviços especializados no mercado de óleo e gás "offshore" e que
mesmo antes dos projetos do pré-sal entrarem em fase de produção, "a atual
exploração no mar já demanda inúmeros serviços".
O grupo mineiro teve um faturamento de R$ 298 milhões no
primeiro semestre. Durante todo o ano passado, a receita foi de R$ 325 milhões
e deve fechar 2012 em R$ 630 milhões. Os serviços de sísmica
"onshore" representam hoje dois terços do faturamento. A previsão do
grupo é que no futuro o segmento perca peso na receita total em favor dos
negócios no mar
Segundo o presidente da Georadar, Edson Souki, o grupo
trabalha para faturar cerca de R$ 1,2 bilhão em 2014. "A partir daí
teremos potencial para abertura de capital." O grupo tem como sócios seu
acionista fundador, Celso Magalhães, o fundo AG Angra e o fundo português
Rioforte Investments, ligado ao Grupo Espírito Santo.
Outra companhia mineira que vem apostando alto no petróleo
"offshore" é Líder Aviação, que atua no segmento, de fretamento de
helicópteros para empresas que exploram petróleo e gás.
A empresa faturou R$ 697 milhões no ano passado e espera
chegar aos R$ 800 milhões este ano. A companhia freta helicópteros para
petroleiras transportarem seus funcionários entre as plataformas
"offshore" e o continente. São 65 helicópteros para esse segmento. Só
a Petrobras tem 45 helicópteros fretados com a empresa. "Há uma tendência
de aumento da demanda por esse tipo de serviço por parte da Petrobras",
diz Júnia Hermont, superintendente da Líder. A empresa investiu este ano US$
140 milhões na compra de mais seis helicópteros, todos americanos. "Os
seis já foram contratados pelo Petrobras", diz.
Valor Econômico, 12 de setembro de 2012
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