Enquanto desativa voos na Europa, para destinos como
Bruxelas e Budapeste, a American Airlines, em concordata desde novembro de
2011, vai aumentar em 30% a oferta de voos no Brasil, até o fim deste ano.
Serão 111 voos por semana, ante os atuais 85, consolidando a liderança como a
aérea estrangeira com a maior quantidade de voos no país.
A portuguesa TAP tem a segunda maior operação no mercado
brasileiro, com 74 frequências por semana para a Europa.
O aumento de voos da American para o Brasil faz parte de um
programa mais amplo, de investir em mercados emergentes, principalmente na
América Latina.
"Não vamos esperar o 'open skies', no Brasil, para
aumentar a nossa operação por aqui", diz o diretor da American no Brasil,
Dilson Verçosa. O acordo de "céus abertos" entre o Brasil e os
Estados Unidos foi assinado em março de 2011. Por esse acordo, em outubro de
2015 as companhias aéreas brasileiras e americanas não terão limite de voos
semanais. Antes disso, a cota para cada lado era de 105 frequências por semana,
estabelecida por meio de acordo bilateral entre os governos de cada país.
As aéreas dos EUA já vinham operando voos no teto do limite.
A cota brasileira nunca foi preenchida. Atualmente, só a TAM opera voos
regulares para o mercado americano - são 76 por semana.
Até outubro de 2015, quando começa o "open skies",
ficou estabelecida uma flexibilização anual da cota equivalente a 14 voos (além
dos 105) chegando a 147 voos por semana até outubro de 2015. Para São Paulo,
porém, só serão liberadas novas frequências no aeroporto internacional de
Guarulhos a partir de outubro de 2013.
Os atuais 85 voos por semana da American, no país, incluem a
segunda frequência diária entre São Paulo e Nova York, inaugurada na semana
passada. Até o fim de outubro, a companhia vai operar quatro voos por semana
entre Brasília e Miami. Ainda neste mês, a American vai inaugurar três
frequências semanais entre Belo Horizonte e Miami. A taxa média de ocupação dos
aviões, no país, está em 80%, diz Verçosa.
Em meados de novembro, a American vai desmembrar a rota
Miami-Salvador-Recife em voos diretos de Miami para Salvador e para Recife
cinco vezes por semana. A companhia também vai operar voos temporários, durante
a alta temporada, de 14 de dezembro a 1º de março. São rotas como Rio de
Janeiro-Dallas, três vezes por semana, e mais três voos adicionais entre São
Paulo e Dallas.
Das 111 frequências que a American vai operar no país até o
fim deste ano, 11 serão temporárias, disse Verçosa.
A American está reduzindo a operação na Europa, mas continua
operando por lá por meio de acordos com a British Airways. Na América Latina,
além de ampliar a operação no México, a partir de 15 de novembro a American vai
abrir rota entre Assunção e Miami.
"Vamos sair mais rápido do processo de reestruturação
do que prevíamos", afirmou Verçosa, ao responder sobre a concordata da
American. Segundo ele, a American sairá do chamado "Chapter 11"
(equivalente à brasileira recuperação judicial) até o fim do primeiro trimestre
de 2013.
"Entramos em processo de recuperação com US$ 4,5
bilhões em caixa. Não precisamos pedir dinheiro a ninguém", lembra
Verçosa. O último resultado financeiro da American, referente ao segundo
trimestre de 2012, mostra prejuízo acumulado no primeiro semestre de US$ 1,9
bilhão, ante US$ 722 milhões de igual período do ano passado. A empresa tinha
US$ 5,8 bilhões em caixa.
Entre as demais companhias aéreas americanas que operam no
país, a US Airways tem planos de inaugurar um voo diário entre São Paulo e
Charlotte, mas não obteve horários de pouso e decolagem que a agradaram. A US
Airways já opera uma frequência diária entre o Rio e Charlotte. A United
Continental, por sua vez, não tem plano de aumentar a operação no país. A
companhia tem aumentado a oferta em voos existentes.
Por Alberto Komatsu | De São Paulo
Valor Econômico, 11 de outubro de 2012
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