Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São José dos Campos
18 de outubro de 2012
O programa de transferência de tecnologia na área de
aeroestruturas do caça supersônico Gripen, para a brasileira Akaer, entrou em
uma nova fase com a finalização do desenho da fuselagem traseira da aeronave e
o inicio da sua produção. A Akaer é a primeira empresa brasileira a participar
do desenvolvimento de um caça supersônico de quinta geração.
Um grupo de cinco engenheiros da Akaer vai este mês para a
Suécia, para acompanhar a produção das peças desenvolvidas no Brasil e definir
o planejamento da próxima fase, envolvendo o projeto da fuselagem central do
Gripen.
A Akaer também é responsável pelo projeto das asas do caça,
que serão fabricados em material composto. Em 2009 a Akaer foi contratada pela
sueca Saab para desenvolver partes do Gripen, a nova versão do caça, que está
sendo oferecida para a Força Aérea Brasileira (FAB), na concorrência F-X2. A
disputa envolve a Boeing, dos Estados Unidos, e Dassault, da França.
O acordo entre a Akaer e a Saab prevê que 80% da estrutura
do novo caça seja feita pela brasileira, independente do resultado da
concorrência do F-X2. Segundo a Saab, a Akaer também irá fornecer parte da
estrutura dos 22 Gripen NG que estão sendo adquiridos pela Força Aérea da Suíça
e do lote de 40 a 60 aeronaves do modelo já anunciados pela Força Aérea Sueca.
"Se o Gripen for selecionado pelo governo brasileiro,
parte da produção ficará no Brasil. A Akaer, no entanto, já foi selecionada
pela Saab como uma das fornecedoras principais do caça, capacitando a empresa
para atender a todos os pedidos de compra do Gripen no mundo", diz o
assessor de marketing da Akaer, Kenzo Takatori.
Nos últimos três anos, segundo Takatori, mais de 50
engenheiros suecos estiveram em São José dos Campos para trabalhar em conjunto
com os engenheiros da Akaer no projeto das aeroestruturas do Gripen.
Atualmente, quatro engenheiros suecos residem em São José, por conta do projeto
de transferência de tecnologia.
Em maio, a Saab anunciou a aquisição de 15% da Akaer. A
operação, conhecida como empréstimo conversível em ações, prevê um limite de
participação da Saab na Akaer de até 40%.
O acordo, segundo o presidente da Akaer, Cesar Augusto da
Silva, faz parte da estratégia de transformar a brasileira em uma companhia
integradora de estruturas aeronáuticas, tornando-a mais competitiva a nível
global.
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