sábado, 13 de outubro de 2012

Citi vê cenário arriscado para Embraer no curto prazo



A companhia poderá ter possíveis adiamentos na entrega de aeronaves devido às dificuldades econômicas de seus clientes e/ou de clientes de aeronaves comerciais que tenham, segundo diz o Citi


SÃO PAULO - Após encontro com executivos da Embraer (EMBR3), a equipe do Citi concluiu que a companhia enfrentará muitos riscos no curto prazo, mas ressaltou que a fabricante de avião se mostrou confiante com seu desempenho no longo prazo.

Para um período menor, a instituição avalia que a companhia de aviação poderá ter possíveis adiamentos, ou cancelamentos, na entrega de aeronaves devido às dificuldades econômicas de seus clientes e ou de clientes de aeronaves comerciais que tenham, de forma discutível, feito encomendas a pedido de políticos, como China, ao invés dos pedidos serem gerados pela necessidade interna, econômica, desses clientes. A recomendação para ação é de manutenção.
Segundo a empresa, a diretoria pintou um quadro positivo para a empresa o longo prazo, mesmo reconhecendo as dificuldades enfrentadas no curto prazo, incluindo a demanda mundial apenas morna por jatos de negócios menores e o possível aumento da pressão sobre os preços com a entrada de novos jatos comerciais no mercado, como os da Mitsubishi Heavy Industries.

A Embraer continua vendo dificuldades na tendência da demanda de curto prazo no negócio de jatos. A diretoria citou as incertezas macroeconômicas como um dos fatores por trás dos cancelamentos de pedidos, mas também se mostrou animada com o lançamento dos jatos Legacy 500 e 450 no médio prazo.

O Citi destacou que, durante o evento - realizado nos Estados Unidos - participantes pressionaram a Embraer, declarando que a diretoria tem sido otimista demais em relação aos pedidos de jatos comerciais. Durante o encontro, Embraer informou que está concentrada num possível pedido da Delta Airlines para este ano e em pedidos potenciais da American Airlines e da United para 2013.

Para o médio prazo, a empresa citou a demanda mundial apenas morna por jatos de negócios menores  e o possível aumento da pressão sobre os preços com a entrada de novos jatos comerciais no mercado, como os da Mitsubishi Heavy Industries. Da mesma forma, o Citi vê pressão sobre o negócio de jatos de fuselagem estreita devido ao crescimento econômico mais lento nos EUA e na UE (União Europeia), aos níveis altos dos estoques mundiais e aos lançamentos de produtos pela concorrência - como o Citation M2 da Cessna.

A presença maior de jatos Bombardier nas frotas da Delta e de suas afiliadas poderia levar a empresa a fazer novos pedidos por aviões Bombardier ou a dividir um pedido entre a Embraer e a Bombardier a fim de reduzir os custos extras associados com a manutenção de diferentes tipos de aviões.


Por Tatiana Fernandes Gurjão
Infomoney,  08 de outubro de 2012


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