Fabricante do RafaleC, um dos modelos avaliados pela FAB,
incluiu a transferência de tecnologia de radar ao Brasil para tentar ganhar
contrato
SÃO PAULO - A Dassault Aviation, a fabricante do jato
francês RafaleC, finalista no processo de escolha de um novo caça para a Força
Aérea Brasileira (FAB), vai incorporar, à sua proposta para o governo do
Brasil, o novo radar AESA de alta tecnologia.
De acordo com Jean Marc Merialdo, diretor da corporação,
"com esse equipamento, a FAB terá em mãos, todo o estado da arte em
radares de aeronaves de combate, cujo conhecimento é atualmente dominado
somente pela França e pelos Estados Unidos".
Segundo Merialdo, "o complexo industrial brasileiro
terá acesso total à tecnologia do RBE2 AESA, a partir do nosso compromisso de
compartilhamento irrestrito de informações estratégicas". O executivo
ressalta que a incorporação não vai elevar o preço de aquisição do RafaleC.
O radar foi desenvolvido pela Thales, integrante do
consórcio Rafale International. A versão de segunda geração começou a ser
pesquisada em 2004, e recebeu um investimento inicial de 90 milhões.
O dispositivo é capaz de localizar e identificar
simultaneamente até 40 aeronaves - e de tratar como alvos de 8 a 10 delas. Faz,
ainda, o acompanhamento digital do terreno sobrevoado, facilitando a penetração
a baixa altura em ataques de precisão.
O AESA, todavia, não está livre de problemas. O sistema
processa grande volume de dados e, para isso, precisa de computadores de
desempenho especial - muito velozes e com alto coeficiente de armazenamento.
Compra
A escolha do novo caça da FAB é uma pendência que dura 17
anos. Suspensa, cancelada, reaberta e adiada, a seleção é um negócio inicial de
US$ 6 bilhões envolvendo 36 caças avançados. Os outros dois concorrentes são o
F-18 E/F Super Hornet, da americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab.
O governo brasileiro exigirá dos vencedores a transferência
de tecnologia sensíveis ao País e a construção das aeronaves no Brasil a partir
de determinado ponto. A aeronave será o padrão de todos os tipos de uso em
combate da FAB e da aviação naval.
A presidente Dilma Rousseff pretende anunciar a decisão até
o fim do ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário