Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São Paulo
31 de outubro de 2012
O comitê gestor do projeto do Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicações Estratégicas pretende entregar, nas próximas duas
semanas, o termo de referência que servirá de base para a elaboração do edital
de compra do equipamento no exterior. A previsão é que a escolha do fornecedor
seja anunciada no começo de 2013.
De acordo com o diretor de planejamento e investimentos
estratégicos da Agência Espacial Brasileira, Petrônio Noronha de Souza, o
documento será encaminhado para a Visiona Tecnologia Espacial, uma associação
entre a Telebras e a Embraer, criada para fazer o gerenciamento dos contratos
com os fornecedores do satélite.
A Visiona, segundo Souza, terá ainda a responsabilidade de
criar as oportunidades de transferência de tecnologia, que serão colocadas em
prática a partir do segundo satélite, já que o primeiro está sendo comprado em
caráter de urgência pelo governo brasileiro. "O decreto presidencial pede
que o lançamento seja feito até o fim de 2014", disse o diretor durante
uma palestra realizada em São José dos Campos, na segunda-feira.
O satélite vai operar em banda ka, para atender as demandas
do setor de telecomunicações, o Plano Nacional de Banda Larga e a banda X -
cinco transponders para as comunicações estratégicas do governo e das Forças
Armadas. O custo do satélite, estimado em R$ 720 milhões, não inclui a
transferência de tecnologia, que será tratada à parte.
A Agência Espacial ficará responsável por toda a parte que
envolve a capacitação da indústria nacional e das instituições de pesquisa em
tecnologias consideradas críticas e que estão ligadas ao satélite.
A lista de tecnologias de interesse do governo brasileiro
ainda está sendo preparada, mas Souza adiantou que o programa espacial
brasileiro tem muito interesse em capacitar ou melhorar a tecnologia nas áreas
de propulsão de satélites, controle de altitude e órbita, gerenciamento de
cargas úteis e gateways (antenas que ficam em solo e fazem a comunicação com o
satélite).
O diretor da Agência Espacial disse que o processo de aquisição
do segundo satélite deve acontecer cinco anos após o lançamento do primeiro. A
vida útil estimada para o equipamento é de 15 anos. Segundo o Valor apurou, a
Visiona já teria recebido informações de potenciais fornecedores do satélite,
dentro de um processo de pesquisa junto a potenciais parceiros comerciais.
Entre os fabricantes internacionais interessados no projeto
estão as empresas europeias Astrium, do grupo EADS, e Thales Alenia Space. As
americanas Space Systems Loral e Boeing também integram a lista de interessados
em fornecer o satélite para o Brasil.
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