Por Guilherme Serodio | Do Rio
Valor Econômico, 26 de outubro de 2012
A Azul Linhas Aéreas espera crescer entre 20% e 25% e
atingir sete novos destinos em 2013. Para o próximo ano, o foco principal da
empresa é a consolidação da união com a Trip.
"A gente continua enxergando crescimento [em
2013]", afirmou José Mário Caprioli, presidente da Trip e diretor de
operações da empresa resultante da fusão, que se chamará apenas Azul.
"Vamos continuar em um ritmo forte, mas, com uma base de 115 aviões,
crescer entre 20% e 25% já é um desafio para a gente", disse o executivo,
ressaltando que a previsão pode sofrer "ajustes" nos próximos dois
meses. Em 2012, o faturamento da empresa deve ser de R$ 4,2 bilhões.
A terceira maior companhia aérea do Brasil estuda ainda a
possibilidade de reduzir a tarifa média das passagens nos próximos seis meses a
partir da abertura de mais assentos em tarifas promocionais. A redução ajudaria
a Azul a manter a liderança em taxa de ocupação, outro objetivo para 2013. A
Azul tem a maior taxa média de ocupação no país, entre 82% e 85%.
"Tanto a fusão [com a Trip] quanto a possível redução
de tributos [sobre o preço dos combustíveis] abrem essa possibilidade",
disse Caprioli. Atualmente, o combustível representa 35% dos custos da
companhia. O executivo conta que o governo tem uma pauta positiva com as aéreas
e pode reduzir tributos sobre o querosene de aviação. "Com mitigações
fiscais nesse insumo, a gente pode reduzir [o preço das passagens]".
Oficializada em maio deste ano, a fusão com a Trip deu
capilaridade à Azul. Juntas, as duas companhias alcançam 100 destinos. Em 18 de
outubro, a venda de passagens foi unificada nos sistemas das duas empresas, com
isso "a fusão começa efetivamente a se tornar uma fusão", afirmou.
Caprioli acredita que o mercado brasileiro de aviação civil
atravessa um momento de recuperação. "Este ano, o segundo e o terceiro
trimestres foram frustrantes para o setor, e para a economia brasileira, mas
para 2013 já sinaliza franca recuperação".
O executivo afirma ainda que a crise no aeroporto de
Viracopos, em Campinas (SP), que ficou fechado por dois dias após um avião com
problemas ficar parado na pista, pode tornar o aeroporto mais competitivo. Para
ele, o governo sabe da importância de Viracopos e estuda abrir a pista auxiliar
para pouso e decolagem, uma demanda antiga da Azul. Entre 85% a 90% dos voos de
Viracopos são operados pela companhia.
O prejuízo da Azul com o incidente é calculado entre R$ 15
milhões e R$ 20 milhões. "Um prejuízo relevante e que impacta
negativamente os resultados em outubro", afirmou. O bloqueio da pista fez
a empresa cancelar 470 voos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário