A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) terá R$ 5
bilhões para emprestar a micro, pequenas e médias empresas que apresentarem
planos de desenvolvimento tecnológico em 2013. A previsão foi dada nesta
segunda-feira pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio
Raupp, na abertura da Exposição e Conferência de Inovação e Empreendedorismo de
Base Tecnológica (Expocietec) 2012, em São Paulo.
Os desembolsos continuam como vinham sendo liberados: em
parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e
pertencentes ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FNDCT). O montante para o ano que vem vai quase dobrar, na estimativa do
ministro. "Só neste ano estamos disponibilizando R$ 3 bilhões, mesmo valor
do ano passado", afirmou.
Ele explicou que a Finep, contudo, tem foco diferente do
BNDES. Enquanto o banco presidido por Luciano Coutinho mira grandes projetos, a
análise da financiadora é direcionada a trabalhos estruturantes de micro,
pequenas e médias empresas.
Raupp disse ainda que o governo vai retomar a linha de
financiamento para pequenas e médias empresas que desejam investir em inovação.
Entre 2012 e 2014, último ano do governo Dilma Rousseff, as linhas de créditos
do ministério para esse fim específico vai somar R$ 1,2 bilhão.
"Temos algo em torno de R$ 400 milhões por ano para
esse tipo de financiamento, o que mostra que estamos conseguindo manter o nível
de desembolso", disse. Os empréstimos serão liberados pela Finep e esses
recursos se somam ao orçamento anual da financiadora.
O ministro destacou que a diretriz do governo federal para
ciência e tecnologia é aprofundar as parcerias com os Estados para desenvolver
projetos e polos tecnológicos do país através das linhas de crédito.
"Conversei com o Geraldo Alckmin [governador de São Paulo] e mostrei que
devemos ter uma base de cooperação intensa entre União e Estados. É uma
política de Estado", disse.
Segundo Raupp, o ministério ganhou importância em Brasília
nos últimos anos e hoje pode ser considerado de porte médio. De acordo com ele,
o ministro anterior, Aloizio Mercadante, que migrou para a pasta da Educação,
fez um estudo sobre como ciência e tecnologia são importantes para a política
econômica para ganhar espaço dentro do governo.
"Venho conversando com empresas para saber a demanda
que temos. Nas negociações para a verba deste ano ganhamos apoio que antes não
tínhamos, como as federações das indústrias. Isso mostra a importância que o
ministério vem ganhando", disse.
O ministro também destacou a mudança nas relações entre os ministérios.
Antes, segundo ele, ciência e tecnologia era tratado como um setor a ser
pensado e desenvolvido. Agora, o tema recebe uma tratamento diferente. "A
questão sempre foi tratada como um nicho, apesar de ela interessar a todos.
Hoje somos vistos como um ministério que faz parceria com os outros e auxilia
no desenvolvimento econômico do país, principalmente pelo nosso foco ser as
micro e pequenas."
Valor Econômico, 16 de outubro de 2012
Por Rodrigo Pedroso | De São Paulo
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