Meta é chegar ao mercado na próxima década
02 de outubro de 2012
ROBERTO GODOY - O Estado de S.Paulo
A Eurocopter europeia está capacitando a sua coligada no
Brasil, a Helibras, de Itajubá, no sul de Minas, para desenvolver, até 2025, o
primeiro helicóptero de projeto e construção nacionais.
"A aeronave será entregue ao mercado mundial em meados
da década de 2020", disse ontem ao Estado o CEO internacional do grupo,
Lutz Bertling, que participa, hoje, da inauguração da nova fábrica, dedicada à
linha de produção do modelo militar EC725. Para o presidente da Helibras,
Eduardo Marson, o helicóptero brasileiro "era um plano, agora é
meta".
O governo comprou 50 unidades do EC725, um contrato de 1,9
bilhão. O lote principal, de 48 unidades, será destinado à Marinha, Exército e
Aeronáutica. Os outros dois estão destinados ao GTE, o Grupo de Transporte
Especial da Força Aérea, responsável pela frota da Presidência.
O pavilhão industrial em Itajubá, com as unidades dos
serviços de apoio - de um banco digital de testes e centro de treinamento à
área de qualificação de empresas fornecedoras de peças e componentes -,
implicam investimentos de R$ 420 milhões. O programa prevê índice de
nacionalização de 50% no EC725/Br. O número de empregos locais na Helibras
passou de 260 em 2009 para os atuais mais de 700.
Segundo Lutz Bertling, a Eurocopter "está aberta para
receber sinais positivos do governo federal no sentido de compartilhar a
aspiração (de produzir um helicóptero próprio no País)". "Estou
preparado para debater com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro Celso
Amorim a melhor maneira de prosseguir rumo ao nosso objetivo", disse.
O CEO mundial considera desafio prioritário,
"consolidar, na Helibras, toda a capacidade para torná-la uma fabricante
de helicópteros a serviço dos mercados globais". Isso está sendo
realizado, revela, "por meio do estabelecimento da gestão das cadeias de
fornecimento nas quais estamos integrando soluções oferecidas pelas nossas
áreas de pesquisa e desenvolvimento". O resultado, diz, "é um
consistente processo de transferência de tecnologia para os operadores
brasileiros". Até setembro, a Helibras já havia assinado contratos com 14
grupos nacionais para fornecimentos diversos, incluindo serviços.
A planta industrial do EC725, está em atividade. O espaço
principal é de 12,7 mil m², acrescentados de 1,7 mil ² descobertos para
manobras e ensaios de campo. No local estão abrigadas duas linhas: do grande
EC725-Super Cougar e do pequeno Esquilo.
A aposta da hora é o EC725. A aeronave leva dois pilotos e
mais 28 combatentes a distância máxima de 808 km e a velocidade de 262 km/hora.
O futuro tipo a ser projetado será definido mediante pesquisa do mercado em
geral e da demanda específica de clientes - as Forças Armadas, por exemplo. As
providências internas da empresa avançam. A Helibras recebeu há duas semanas o
certificado de engenharia de projeto, atribuído no grupo Eurocopter apenas à
França, à Alemanha e à Espanha.
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