LONDRES - O Estado de S.Paulo - 12 de outubro de 2012 |
Com o colapso de seu projeto de fusão de US$ 45 bilhões, a
BAE Systems precisa perseguir crescimento em outras áreas se deseja conseguir
novos recursos necessários para sustentar grandes dividendos e evitar a
possibilidade de surgimento de problemas.
O presidente executivo da companhia, Ian King, é alvo de
pressão para incentivar a busca de novos negócios. Um acordo lucrativo na
Arábia Saudita é agora visto como crucial para melhorar o balanço da empresa.
Os sinais de alerta para a fabricante de submarinos
nucleares Astute e tanques Challenger são claros. A dívida líquida da maior
fabricante de armamentos da Europa está se acumulando, e há sinais perigosos
vindos do massivo mercado de defesa americano, que foi fonte de grandes
receitas recentemente.
O fato de que a BAE considerou a possibilidade de uma fusão
com a controladora da Airbus, a EADS, mostra como é necessária sua busca por
uma nova estratégia. Em 2006, a BAE vendeu sua participação na EADS, após ter
recusado uma fusão vários anos antes. "O gênio saiu da lâmpada agora, e
eles não conseguem forçá-lo de volta", disse um dos 30 maiores acionistas
da BAE à Reuters.
Salva-vidas. Perspectivas fracas de uma grande
"virada" que compense a desaceleração nas demandas europeia e
americana preocupam tanto a companhia quanto investidores. Para analistas,
renovar um contrato para jatos de ataque Typhoon com a Arábia Saudita deve ser
a maior prioridade da BAE.
"A BAE realmente precisa do dinheiro que conseguirá ao
renegociar os preços do Typhoon com a Arábia Saudita. Sem isso, a alavancagem
continuará alta até 2015. Vemos uma menor possibilidade de recompra de
ações", disse a analista Sash Tusa, do Echelon Research and Advisory.
O acordo é avaliado em mais de US$ 11 bilhões e analistas
estimam mais de US$ 900 milhões em caixa ainda este ano.
Sem isso, dividendos que cresceram em 10% em um ano podem
ser ameaçados no futuro. E, mesmo que a BAE firme o acordo, as esperanças de
crescimento são modestas. / REUTERS
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